Encerramento das salas NOS em Viseu reforça a urgência de reabrir o Cinema Ícaro, reitera o BE

O Bloco sublinha a importância de reforçar alternativas públicas e independentes, como a sala de Cinema Ícaro, encerrada desde 13 de fevereiro de 2005, que podia desempenhar um papel fundamental na promoção da diversidade cultural e no acesso a uma programação distinta daquela oferecida pelos grandes circuitos comerciais.

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  • 17:07 | Quinta-feira, 18 de Setembro de 2025
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O Bloco de Esquerda lamenta o encerramento das seis salas dos Cinemas NOS do Fórum Viseu, noticiado pelo Diário de Viseu.

Com esta decisão, o concelho de Viseu perde metade do número de salas de cinema, e passa a ter apenas seis no Palácio do Gelo Shopping. Se já antes as 12 salas de cinema da NOS Lusomundo Cinemas se revelavam insuficientes para a dimensão da cidade, a redução para metade levanta sérias preocupações quanto ao futuro da exibição cinematográfica em Viseu.
O Bloco sublinha a importância de reforçar alternativas públicas e independentes, como a sala de Cinema Ícaro, encerrada desde 13 de fevereiro de 2005, que podia desempenhar um papel fundamental na promoção da diversidade cultural e no acesso a uma programação distinta daquela oferecida pelos grandes circuitos comerciais.

Cinema: Quando o país cresce, Viseu diminui

Pelo país multiplicam-se bons exemplos: o Cinema Avenida, em Coimbra; o Cinema Ideal, em Lisboa; ou o Batalha Cinema e o Cinema Trindade, no Porto. Todas estas salas independentes beneficiam do apoio e investimento dos respetivos municípios, revitalizando os centros urbanos, formando novos públicos e recuperando espectadores que outrora enchiam as salas de cinema.


No Porto, a Câmara Municipal prepara ainda a reabertura, em 2027, do Cine-Teatro Vale Formoso — um espaço que esteve abandonado durante anos e chegou a ser ocupado pela Igreja Reino de Deus. Hoje, está projetado para se tornar num espaço de espetáculos multifuncional: com cinema, concertos e exposições.

Bloco exige intervenção da Câmara: Cinema Ícaro deve ser devolvido à cidade

Em Viseu, em 2019, o movimento de cidadãos em defesa do Ícaro, que recolheu mais de 1200 assinaturas, exigiu ao Município a aquisição e preservação da sala, devolvendo-a à cidade. Contudo, o então presidente Almeida Henriques desvalorizou a reabertura, afirmando em entrevista à TSF: “Viseu tem 14 salas de cinema e, portanto, não será por falta de salas que o Ícaro é importante”.

O Bloco, que apoiou esta luta, lamenta que Viseu continue sem uma sala de cinema independente. Considera que o Ícaro, pelas suas características, localização e simbolismo histórico, deveria ficar disponível para o Cine Clube de Viseu (CCV) de forma a acolher as suas sessões regulares, mas também aberto a outros agentes culturais. Com cerca de 170 lugares, em pleno centro da cidade, o Ícaro seria um espaço cultural capaz de colmatar as necessidades da população viseense, como a falta de espaços culturais em Viseu, e devolver o cinema independente ao coração da cidade.

O Município de Viseu tem o dever de garantir o acesso à cultura cinematográfica na região. Se o setor privado não assegura essa oferta, cabe à Câmara, enquanto agente público, assumir essa responsabilidade. Nesse sentido, o Bloco defende que o espaço do Cinema Ícaro deve ser adquirido pelo Município e devolvido à cidade, à sua população e aos seus agentes culturais.

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