Dormir mal causa disfunções que levam a doenças, envelhecimento precoce e morte prematura

O resultado de noites mal dormidas é a disfunção nos nossos neurotransmissores, descontrolando todo o processo biológico responsável pela nossa saúde e bem-estar geral, o que pode levar a doenças em diferentes períodos da vida, causando envelhecimento precoce e levando à morte prematura

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  • 11:40 | Quinta-feira, 18 de Março de 2021
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O investigador e neurocientista luso-descendente Fabiano de Abreu estudou como funciona o processo do sono e a sua importância para a saúde. O seu novo estudo, “Dormir pouco ou tarde causa disfunções que acarretam em doenças, envelhecimento precoce e morte prematura”, foi recentemente aprovado pela academia científica e publicado na revista científica Brazilian Journal of Development.

 


No seu estudo, Fabiano de Abreu assinala que dormir é, de facto, de extrema importância para o bem-estar humano. “Dormir é mais importante do que se alimentar”, já que “dormir é um reset no cérebro, o momento em que este se aprimora, fazendo, inclusive, a limpeza necessária e repondo energia. Contudo, o cérebro não fica totalmente apagado, mas está ativo, a processar as memórias ao longo do dia”. “Quando dormimos, há reparos celulares com oxigénio, glicose e a limpeza de dejetos. Quando não há este processo, as reações dos órgãos a estímulos e instruções ficam debilitadas. Um exemplo é a adenosina, envolvida na regulação de importantes mecanismos no SNC e no sono, que se acumula e intoxica o sangue, diminuindo o ritmo da pessoa consoante as horas que passa acordada”, explica Abreu.

A falta de sono ou da qualidade dele está associada, muitas vezes, a outras doenças. “O défice de sono tem sido associado com o maior risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2, obesidade, doenças cardiovasculares e depressão”, refere. Manter boas noites de sono acarreta, por isso, uma série de benefícios, tanto físicos como mentais. “Uma boa rotina noturna não só mantém a boa imunidade, como também melhora a concentração, memória, humor, criatividade, disposição e controlo do stress. São necessárias 7 a 8 horas de sono, dependendo do organismo, que depende da genética. Privar do sono pode resultar em inúmeras doenças como consequência da disfunção dos neurotransmissores, doenças provenientes do sistema imunológico debilitado ou danos cerebrais. Humor e sono usam os mesmos neurotransmissores, pelo que privar o sono causa os mesmos sintomas da depressão”, assinala o investigador.

Há ainda alguns mitos sobre o sono que devem cair por terra. Uma noite perdida está para sempre perdida. Abreu alerta que “há quem pense que compensar o sono resolve. Mas isso não é verdade, já que a noite é feita para dormir e não o dia. Para compensar uma noite mal dormida, devemos dormir diversas outras noites bem dormidas para atingir o equilíbrio ao regular o ciclo circadiano”.

Dormir é, assim, um dos pilares para uma saúde sustentável, para o bem-estar físico e mental. “O resultado de noites mal dormidas é a disfunção nos nossos neurotransmissores, descontrolando todo o processo biológico responsável pela nossa saúde e bem-estar geral, o que pode levar a doenças em diferentes períodos da vida, causando envelhecimento precoce e levando à morte prematura”, conclui.

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