Consórcio internacional desenvolve app multilingue para migrantes e refugiados

Já está disponível a 7Ling, uma aplicação móvel (app) multilingue para migrantes e refugiados, desenvolvida por um consórcio de 12 universidades europeias e egípcias.

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  • 21:56 | Domingo, 24 de Maio de 2020
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Já está disponível a 7Ling, uma aplicação móvel (app) multilingue para migrantes e refugiados, desenvolvida por um consórcio de 12 universidades europeias e egípcias, do qual faz parte a Universidade de Coimbra (UC).

Totalmente gratuita, esta app, disponível para os sistemas operativos Android e iOS, foi criada no âmbito do projeto XCELING (Towards Excellence in Applied Linguistics. Innovative Second Language Education in Egipt), que tem como objetivos a capacitação do Egito na área do ensino de línguas estrangeiras através da inovação no âmbito das metodologias de ensino, o desenvolvimento de investigação em linguística aplicada ao ensino de línguas não maternas e da transferência do saber para grupos com necessidades especiais, por via da criação de recursos linguísticos de livre acesso.

O XCELING é financiado pelo programa europeu Erasmus+ e assenta em três dimensões principais, designadamente «ENSINO (formação de formadores), APRENDIZAGEM (educação pré-doutoramento) e EXTENSÃO À COMUNIDADE (criação de materiais de ensino de livre acesso). É precisamente nesta última dimensão que se enquadra esta app gratuita de apoio à aprendizagem de línguas estrangeiras por pessoas em situação de desvantagem social», explica Cristina Martins, docente da Faculdade de Letras da UC e coordenadora da equipa portuguesa no projeto.


A 7Ling visa sobretudo «oferecer a migrantes e refugiados, entre outros, a possibilidade de aprender alemão, espanhol, francês, inglês, italiano e português. Inclui ainda traduções em árabe, para corresponder às necessidades dos utilizadores que conheçam esta língua. É uma aplicação que se apresenta como uma ferramenta ao serviço da aprendizagem de línguas, num momento em que, com a crise sanitária, se torna particularmente relevante o apoio à educação virtual», destaca a investigadora do Centro de Estudos de Linguística Geral e Aplicada da Universidade de Coimbra.

Desenhada essencialmente para a satisfação de necessidades básicas dos utilizadores, esta app está dividida por secções temáticas – recém-chegado, na cidade, compras, à procura de alojamento, à procura de emprego, no médico – e contém atividades de treino e diversas funcionalidades centradas na adaptação ao meio: números e letras, vocabulário, documentos e procedimentos administrativos e informação sociocultural sobre os países de acolhimento.

É também uma ferramenta útil para «apoiar professores que estão a trabalhar com este tipo de estudantes, porque permite justamente que eles consolidem estruturas linguísticas e vocabulário autonomamente», refere Cristina Martins, acrescentando que, embora tenha sido pensada para migrantes e refugiados, na realidade, esta app pode ser usada por qualquer pessoa.

Além da Universidade de Coimbra, integram o consórcio a Universidade de Salamanca, Universidade de Bolonha, Universidade de Heidelberg, Universidade de Poitiers, Trinity College Dublin, Universidade de Alexandria, Universidade do Cairo, Universidade de Helwan, Universidade de Pharos, Universidade de Minia e Universidade de Luxor.

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