Alexandre Borges com fim de semana de garra e determinação

O esforço deu frutos logo na tarde de domingo, quando assinou um extraordinário 7º tempo na SuperPole, entre mais de 50 participantes, muitos deles habituados ao traçado galego como se fosse um velho amigo.

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  • 11:11 | Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2025
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Há circuitos que nos recebem como uma casa antiga, onde cada curva é lembrança. E depois há pistas como Arteixo, um território desconhecido, todo em terra, onde o piso muda a cada volta e onde os pilotos descobrem o seu verdadeiro reflexo. Neste fim de semana, no mítico traçado galego, Alexandre Borges enfrentou precisamente esse tipo de desafio e fê-lo com a determinação e a classe competitiva que o distinguem entre os grandes do kartcross.

O resultado final, um 12.º lugar na Final, sabe a agridoce. Não porque lhe falte mérito, mas porque espelha a dureza de um percurso onde o piloto da NelaSport teve de se reinventar em cada entrada de curva e é precisamente nessa reinvenção que está a verdadeira história desta participação.

Desde o primeiro contacto com a pista, um ambiente totalmente diferente do piso misto do campeonato português, o piloto nelense mostrou a sua capacidade de adaptação. Reajustou o setup manga após manga, afinando o chassi ao ritmo de uma pista que não perdoa hesitações. O esforço deu frutos logo na tarde de domingo, quando assinou um extraordinário 7º tempo na SuperPole, entre mais de 50 participantes, muitos deles habituados ao traçado galego como se fosse um velho amigo.

Na primeira corrida de qualificação, agendada para a manhã do feriado, manteve o ritmo e fechava as contas em 9.º lugar, completamente integrado no grupo da frente. Mas a segunda qualificação trouxe um percalço, um toque empurrou-o para trás no pelotão. Mesmo assim, recusou baixar os braços e entrou nas mangas eliminatórias ainda com mais intensidade, terminando a 2ª manga eliminatória da sua série em 5º, garantindo assim a entrada na tão desejada Final.

Era o momento mais aguardado. A recompensa de um fim de semana de aprendizagem acelerada, de garra e de leitura fina de um circuito novo. Mas o desporto tem destas ironias, logo no início da Final, num gancho apertado e caótico, um piloto à sua frente travou mais do que o esperado e o toque foi inevitável. O impacto danificou o triângulo da direção, deixando o kartcross praticamente ingovernável.


Ainda assim e porque há coisas que definem um piloto mais do que uma tabela de resultados, continuou. Lutou com uma máquina ferida, combateu curva após curva e nunca desistiu até ao cair da bandeira de xadrez, cruzando a meta em 12.º lugar, num ato de pura resiliência.

E talvez seja esse o verdadeiro significado desta participação. Não um número, mas uma demonstração. Uma demonstração de adaptação, numa pista onde nada era familiar. De competitividade, ao colocar-se dentro do top-10 num pelotão de elite e de espírito de corrida, ao transformar adversidade em determinação até ao fim.

Agora é tempo de fechar a época e pensar como será em 2026!

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