Vão de vento em popa os mimos trocados entre Costa e Rio

Evidentemente que com esta troca de galhardetes entre Costa e Rio, outros se estarão a rir à sorrelfa, bem cientes de terem conseguido, sub-repticiamente ou às claras, espalhar o rastilho do desentendimento entre os dois maiores líderes do espectro político nacional, aparentemente e até aqui em tréguas partidárias, neste período duríssimo de pandemia.

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  • 10:16 | Segunda-feira, 03 de Maio de 2021
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Se para António Costa Rui Rio é “um catavento contaminado pelo Chega”, para Rui Rio, a resposta vem via Twitter:

 


“Um cata-vento tem uma grande vantagem sobre o dr. Rui Rio: é que um cata-vento ao menos tem pontos cardeais, o dr. Rui Rio não tem”, foram as palavras do líder socialista em entrevista ao DN, JN e TSF.

Rui Rio “desistiu de disputar o centro com o PS e a única coisa que agora quer disputar é ali 2 ou 3% dos votos com o Chega”, e após o acordo nos Açores “já importou uma senhora para candidata à Câmara da Amadora”, referindo-se a Suzana Garcia. No tocante à Justiça e no contexto do Caso de Tancos acusa Rio de “meter os princípios na gaveta” e de fazer “julgamento de tabacaria” porque “dava-lhe jeito para ganhar votos”.

E foi mais longe ao reiterar “Os juízes e as magistraturas não são árbitros de futebol e os políticos não estão perante os tribunais como os adeptos de um clube estão perante um árbitro. Essa degradação do distanciamento da relação dos políticos com a Justiça é uma ameaça perigosa à independência do poder judicial” e acusa Rio que no seu entender “apareceu na liderança do PSD como querendo disputar o centro ao PS e agora já está naquela fase de disputar a direita ao Chega” acrescentando “E muito mais perigoso do que o Chega é a contaminação do PSD pelas ideias do Chega. E essa contaminação surge quer no estilo de intervenção política, quer no conjunto de propostas que apresenta, quer nesta incoerência onde se diz tudo o que é popular”.

 

 

Evidentemente que com esta troca de galhardetes entre Costa e Rio, outros se estarão a rir à sorrelfa, bem cientes de terem conseguido, sub-repticiamente ou às claras, espalhar o rastilho do desentendimento entre os dois maiores líderes do espectro político nacional, aparentemente e até aqui em tréguas partidárias, neste período duríssimo de pandemia.

A aproximação às autárquicas poderá ser o factor determinante para esta latente hostilidade, agravada pela insistência de Rui Rio trazer à colação o caso não esquecido da nomeação do procurador europeu José Guerra, na sequência da “profunda preocupação” manifestada recentemente pelo Parlamento Europeu acerca das “informações erróneas” neste contexto prestadas pelo governo português.

 

(Fotos DR)

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Publicado em Opinião