Todos os animais têm direito ao respeito e à protecção do homem

Saí do consultório mais rica do que entrei, porque constatei que felizmente cada vez há mais pessoas a assumirem na sua relação com os animais tendo por base o que está consignado na Declaração Universal dos Direitos dos Animais, mesmo que desta declaração não conheçam uma só linha e muitos nem sequer saibam da sua existência.

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  • 9:59 | Sexta-feira, 30 de Maio de 2025
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No número 2 e 3 da Declaração Universal dos Direitos dos Animais pode ler-se: “Todos os animais têm direito ao respeito e à protecção do homem; Nenhum animal deve ser maltratado; O animal que o homem escolher para companheiro não deve nunca ser abandonado.”

Provavelmente, nenhuma das pessoas que estavam na sala de espera do consultório veterinário, conhecia esta declaração e estes princípios, no entanto, desde a mais jovem acompanhante da cadelita Mel até ao mais velho dono da pequenita Fofinha, todos se comportavam perante os seus animais, tendo por princípio o respeito e o carinho que cada um sentia pelo seu amigo de quatro patas.

Não foi a primeira vez que levei os meus animais ao veterinário, mas desta vez, dadas as circunstâncias que tinham a ver com um cachorro que estava a precisar de cuidados especiais, a minha permanência neste local, devido ao tempo aí passado, permitiu-me uma partilha de sentimentos e experiências com todos os que aí se encontravam, acabando por dar por bem empregue o tempo que, aparentemente, poderia parecer que tinha sido desperdiçado.


Depois de duas horas em que cada um falou das maleitas dos seus animais, das suas habilidades, de tudo o que cada animal era capaz de fazer e dar aos seus donos, das crias que já tinham tido, da raça a que cada um pertencia, do que mais gostavam de comer e da forma como cada um comunicava, cheguei à conclusão que afinal as conversas na sala de espera de um consultório veterinário e as conversas da sala de espera de um consultório médico não são muito diferentes, os temas repetem-se apenas muda o objecto da conversa.

Compreendi o ar de preocupação com que o dono do cachorro agonizante saiu do consultório, afinal também eu já tinha passado pelas mesmas preocupações quando a Tétis ( a minha cadela Lavrador) esteve entre a vida e a morte com um gastroenterite hemorrágica.

 

Compreendi a preocupação da dona da cadela que estava prenha, sem a dona se ter apercebido e que agora se via na eminência de ter que arranjar donos para seis, sete, oito ou talvez doze cachorrinhos, como eu tive que arranjar há uns anos atrás.

Compreendi a tristeza do dono da pequena Fofinha quando dizia que tirando a alma tudo é carne e que preferia perder muito dinheiro do que perder aquele meio quilo com quatro patas. Dizia com pesar que àquela cadelinha só lhe faltava falar e que nunca tinha tido um animal tão esperto. Comentei com os meus botões: provavelmente este homem, que teria acima dos setenta anos nunca deu tanta atenção e nunca precisou tanto da companhia de um animal como deste dez reis de animal.

Fiquei mais sossegada relativamente à dermatose da minha Tétis quando a dona do Leão me disse que esta doença demora a passar mas que tem cura.

Saí do consultório mais rica do que entrei, porque constatei que felizmente cada vez há mais pessoas a assumirem na sua relação com os animais tendo por base o que está consignado na Declaração Universal dos Direitos dos Animais, mesmo que desta declaração não conheçam uma só linha e muitos nem sequer saibam da sua existência.

Como educadora sempre defendi que: o respeito pelo próximo, mesmo que esse próximo seja um animal deve ser incutido desde a infância para que cada um possa observar, respeitar e compreender melhor os animais.

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Publicado em Opinião