Tal como o sol, a água quando nasce é para todos! (XXX)

A juntar aos valores, acrescentem-se estes, recebidos por compensação em combustível, refeições, quilómetros em viatura própria, portagens e estadias, a partir de 2007: 64.271,98 € +26.134,98 € + 86.655,38 € + 82.013,72 € + [79.519,32 € + 12.969,56 € (*) + uns trocos, que incluem um par de pneus para um BMW!].

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  • 13:48 | Quarta-feira, 30 de Abril de 2025
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CAPÍTULO XXX

E foi naquele espírito fraternal que desafiaram a Lei da Gravidade e … caíram. Caíram na tentação do aproveitamento ilícito, o que é muito feio, com particular vergonha para quem desempenha funções públicas em representação de uma entidade pública em outra entidade de direito público.

Como diria a caricatura de Herman, diácono Remédios, “não havia necessidade”!


Concluiu a acusação que,

“27 – Para além das senhas de presença, os arguidos Xxxxxx Xxxxx e Yyyyyyy Yyyyyy Yyyyyyyyyy, ainda receberam da AMRPB diversas quantias a título de subsídio de transporte, despesas de alimentação, estadia e pagamento de combustível, quantias essas de acordo com os boletins itinerários e as facturas que os mesmos juntavam”.

Eram só facilidades:

“29 – Para serem reembolsados dos quilómetros percorridos em viatura particular, os arguidos Pim Pam Pum e Tal e Qual, preenchiam (ou mandavam preencher) e entregavam os boletins de itinerário mensais, boletins esses onde, na sua generalidade, os arguidos se limitam a indicar o número de quilómetros percorridos e o mês a que se reportam”. Em vez de multiplicarem os quilómetros pelo valor unitário, faziam o contrário – dividiam o valor combinado pelo valor do quilómetro. Há quem lhe chame “brincar aos números”.

A acusação não esclarece se os “boletins de itinerário” eram impressos em papel cavalinho, papel couché, papel de jornal ou em guardanapos. Segundo se percebe, a utilização de papel de embrulho para presente só seria usado numa investigação, por acaso a mesma, que resultou de um tira-teimas entre duas entidades de Justiça que, enfim …!

Era um fartote de distâncias capazes de justificar tanto dinheiro mensal, uma chatice preencher manualmente aqueles papéis, umas vezes não tinham mesa, outras vezes faltava a caneta, outras vezes faltava a imaginação … coitados, era muito trabalhoso ter de inventar itinerários, deslocações e calcular quilómetros virtuais. Multiplicar, nem se fala, eram muitos algarismos juntos. Por isso, decidiram fazer apenas contas de dividir por (pelos) 5 e de subtrair o valor combinado.

Chata a acusação:

 

“30 – Conforme combinado e aceite entre todos os arguidos, tais boletins itinerários eram omissos em relação às datas em que foram realizados os percursos, localidades entre as quais se efectuou a marcha e quilómetros percorridos em cada itinerário”.

(Que nabos, nem preencher um boletim sabiam)

Dos valores das senhas de presença, só foram considerados injustificados uma meia dúzia, pouco mais, apenas porque, à hora certa estavam no lugar errado. Quando não houve reuniões, todas as senhas, mesmo de reuniões não realizadas, foram consideradas válidas.

NOTA: Não reproduzo nomes; 2 deles já faleceram e outro com estado de saúde muito débil.

 

 

A juntar aos valores, acrescentem-se estes, recebidos por compensação em combustível, refeições, quilómetros em viatura própria, portagens e estadias, a partir de 2007: 64.271,98 € +26.134,98 € + 86.655,38 € + 82.013,72 € + [79.519,32 € + 12.969,56 € (*) + uns trocos, que incluem um par de pneus para um BMW!].

A era pós-senhas de presença não atinge os 300 mil euros, coisa pouca, mas é o que temos …ou deixámos de ter! Somado ao recebimento de senhas, passa o meio milhão de euros.

 

(*) estes quase 13 mil e tal euros são apenas de refeições, algumas em festividade familiar…

 

(CONTINUA)

 

 

 

 

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