CAPÍTULO XXV
Na posse dos elementos que nos foram fornecidos, há que fazer contas, contas e mais contas. Foram noites passadas em claro … ok, está bem, foram algumas horas a esmifrar os números, não porque fossem difíceis, mas porque eram esquisitos.
A primeira conta, uma adição, serviu para determinar a soma das parcelas, que atingiu apenas 300 mil euros, coisa pouca para tantas reuniões. Não divulgamos o resultado exato, precisamente para que cada um de vós faça o cálculo, é preciso treinar o cérebro. Deixem-me perguntar-vos: Há quanto tempo não fazem uma conta, hã? Depois admirem-se que vos falta a memória. Vá, todos a fazer o trabalho de casa … enquanto as fazem, não estão a perder tempo nesta coisa do Facebook ou noutras ainda piores.
Na expetativa de aceitarem o conselho, contamos o que nos aconteceu. Contas e mais contas, começamos por dividir pelo valor de uma presença, cada pagamento que a associação fazia a cada membro executivo, em períodos nem sempre regulares, assim como os pagamentos, talvez para não dar muito nas vistas. Não é para me gabar, mas com recurso a esses mapas dos pagamentos periódicos, as primeiras contas até as fiz de cabeça. Os outros, menos inteligentes (eles não levam a mal porque sabem que estou a brincar), lá iam carregando nas teclas das máquinas de calcular e rodando as manivelas.
Convocámos uma reunião de emergência, sentamo-nos à volta da mesa, usámos outros tipos de máquinas de calcular, umas de manivela, outras de rolo de papel, ainda outras de gerações mais modernas e atualizadas … mas o resultado era sempre o mesmo, sempre 12!
Não pode ser, pensámos. Pedimos ajuda aos melhores centros de cálculo, às universidades, usámos computadores de cartões perfurados, de linguagens variadas, Fortran, IEEE, TIOBE e mais não sei quantas, computadores desde os mais antigos aos mais modernos. Foi preciso recorrermos à Inteligência Artificial (IA) para percebermos esta coincidência tão estranha – o resultado 12!
Bem, deixem-nos confessar uma coisa: em 2015 não havia IA, apenas quisemos testar a vossa atenção.
Sabemos das centenas, talvez milhares que não se manifestam, não comentam e não leem porque são mentirosos. Provocaçãozita à parte, logo estabelecemos uma analogia entre o nosso resultado e a perfeição do retângulo de ouro de Euclides. Se o número de ouro do grego era 1,618, tão difícil de decorar, o nosso é 12 – uma dúzia, um número redondo como o ovo de uma ave qualquer. Não é para nos gabarmos, mas foi a partir daí que os ovos começaram a ser vendidos às dúzias. Este número de ouro, o12, mais tarde foi adotado pelo sistema financeiro britânico: One Pound are Twenty Shillings, one Shilling are Twelve Pence, so, one pound are two hundred and forty pence, as much as twenty pence. Tudo isto faz parte da terapêutica intelectual para exercitar o vosso já enferrujado inglês!
Se repararem bem, uma libra inglesa são 20 dúzias de dinheiros! Interessante, não é? Pois ainda bem que gostaram …. É por isso que, cada vez mais, nos deparamos com coincidências! E há coincidências para todos os gostos.
Bem, lembram-se, 2 capítulos atrás, quando reunia o CE? Era às 5.ª feiras, pelas 17 horas.
No calendário gregoriano, adotado por muitos países em 1582, cada mês tem quatro 5.ªs feiras, excecionalmente, podem ser 5.
No Vale da Margunda os meses tinham sempre 12 quintas-feiras, porque não acreditamos que reunissem extraordinariamente 8 vezes por mês!
(CONTINUA)