CAPÍTULO LVII
No capítulo anterior sugeri que cada um pegasse na “fatura da água”, que também é do saneamento e do lixo, para compararem os volumes de água e de saneamento que nos são faturados.
Os valores aqui a apresentados são extratos de uma fatura real, no caso correspondente a um consumo durante 25 dias do mês de fevereiro – valor total = 46,55 €.
Não valerá a pena voltar a “malhar” no preço da água, na esperança que baixe. Quanto mais perto das eleições melhor, querem eles! Mas serve para verificar que a cobrança de valores abusivos pelo saneamento é um facto. São 13 m3 de um lado e 13 m3 do outro lado. Mas os valores correspondem apenas aos tais 25 dias.
A contagem dos consumos é feita a cada 2 meses, quando se fazem os acertos, principalmente para não sermos penalizados nos escalões. Exemplo: vamos supor que, num determinado mês, da estimativa resultou um consumo de 15 m3, sendo fortemente ao atingir o 3.º escalão, tanto pela água como pelo saneamento. Se, após leitura, em dois meses se verificar um consumo de 25 m3, serão feitos os cálculos em relação aos dias e o valor será retificado nesta última fatura. Nesse aspeto, o sistema de faturação da Águas do Planalto não tem falhado. Falo nisto porque muita gente tem manifestado essa dúvida. Quem recebe fatura em cada 2 meses, essa deve ser considerada certa, relativamente à contagem, caso se cumprem as leituras que são em cada 2 meses.
Mas voltando ao período dos 25 dias – se fizermos uma fácil operação matemática, uma regra de 3 simples, em vez de 13 m3, em 30 dias consumiria 15,6 m3, elevando o valor do saneamento para os tais 16,50 € + IVA. Isso é importante na medida em que somos penalizados pelo incumprimento da recomendação da ERSAR – nem todo o consumo se traduz em volume de efluentes. Seja como for, se olharmos para a era “pré-AINTAR”, estes valores são um absurdo.
Mas não podemos chegar ao fim desta “aventura”, embora já o tema tivesse sido abordado, sem falar na recolha do lixo e os custos que lhe temos associados.
Seja barato ou caro, apesar de tudo, é o serviço que, mesmo assim, ainda se tem mantido a preços aceitáveis, apesar dos aumentos, até compreensíveis, que tem sofrido ao longo de muitos anos. Ao dizer isto, espero que “eles” não ouçam, nem convém lembrá-los. Entre tantos associados, seria mais difícil chegar a consensos, como acontece com a água em que são cinco e com o saneamento, em que são apenas quatro.
A AMRPB (a das senhas de presença e outras macaquices, lembram-se?) é uma associação de 19 municípios, cujas câmaras municipais são mais amigas dos munícipes de que as nossas, infelizmente, não apenas nesta questão, mas noutras, que agora não vêm ao caso.
Hoje não haverá tempo para falar sobre isso, mas também é preciso fazê-lo – afinal, há um a uma grande divergência nos custos ao consumidor. Será que é um sistema justo?
É caso para dizer que a água se mete em tudo. Por isso, aguça o apetite e serve de arma política para alguns, como já vimos! …
(CONTINUA)