Prognóstico só no final…

Não vou buscar o ditado popular do burro morto e da cevada no rabo, para explicar o que quer que seja. Enfim, recuperamos, de tempos a tempos, a tendência fatalista e fazemos as coisas que têm tudo para dar certo do pior modo possível, para, no final, haver uns quantos “treinadores de bancada” que, postos perante o resultado ditam sentença e passam a ter opiniões avalizadas quando antes não tugiram nem mugiram.

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  • 15:28 | Terça-feira, 23 de Fevereiro de 2021
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Vi a reunião de peritos em saúde pública, a propósito da pandemia e das medidas a seguir, e tive uma estranha sensação que me induziu este comentário.

Que o triângulo tem três lados, sabemos todos nós. O que se pede aos especialistas é que expliquem, em linguagem corrente e simples, como “num triângulo retângulo o quadrado da hipotenusa é igual à soma do quadrado dos catetos” (Teorema de Pitágoras), de forma acessível ao mais comum dos cidadãos.

É que há pessoas que não entendem e só querem saber, preto no branco, o que conta. Não sei se me consegui explicar. Prognósticos só no final é uma forma de dizer que se vulgarizou, para não falar do essencial.


Quando estamos perante um episódio negativo logo há quem se apresse a dizer, “eu já tinha dito”… “eu avisei”… Andamos todos a avisar-nos do “leite derramado” sempre que surge a leve expressão do propalado pensamento de Murphy que “se alguma coisa puder correr mal, correrá mal”… Lá vêm os arautos da sabedoria com a ladainha do costume, “está tudo mal feito”…

Não vou buscar o ditado popular do burro morto e da cevada no rabo, para explicar o que quer que seja. Enfim, recuperamos, de tempos a tempos, a tendência fatalista e fazemos as coisas que têm tudo para dar certo do pior modo possível, para, no final, haver uns quantos “treinadores de bancada” que, postos perante o resultado ditam sentença e passam a ter opiniões avalizadas quando antes não tugiram nem mugiram.

E se, quando estão postos em causa valores e questões relevantes do interesse público não temos que seguir o célebre “porque no te callas” do Rei de Espanha dirigido a Hugo Chávez.

Se temos outras soluções há que falar… na hora certa.

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Publicado em Opinião