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Contrariando as autoridades portuguesas, o cônsul emitiu de 10 a 15 mil vistos, libertando das garras sangrentas dos nazis milhares de vidas inocentes, judeus condenados a morrer nas câmaras de gás.

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  • 12:23 | Quarta-feira, 20 de Outubro de 2021
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Aristides de Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus, ao tempo da 2a. Guerra Mundial, tem, a partir de hoje, e 67 anos após a sua morte, honras de Panteão Nacional, ao lado de figuras proeminentes da nossa sociedade.

 


 

Contrariando as autoridades portuguesas, o cônsul emitiu de 10 a 15 mil vistos, libertando das garras sangrentas dos nazis milhares de vidas inocentes, judeus condenados a morrer nas câmaras de gás.

Homem íntegro, oriundo de família abastada, acabou por morrer na pobreza, depois de aposentado compulsivamente por Salazar.

Humilde, quis que os restos mortais fossem sepultados na terra natal, vontade que não é beliscada com esta exaltação.

O ditador não podia ser contrariado e a atitude nobre e corajosa do diplomata feriu a suposta neutralidade de que o governante fazia alarde.

Hoje, fez-se justiça. Tarde, mas fez-se. Porque Portugal é um país manco nas prioridades, só me lamento que a trasladação tenha tido lugar depois de Eusébio.

Enfim, gostos dúbios e nebulosos…que se discutem.

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Publicado em Opinião