Pois dá…

Está estimado que 30% a 40% das receitas passadas se destinam a pessoas que, por razões estéticas, de imagem, e do culto do corpo bem torneado, optam pelo seu consumo.

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  • 20:50 | Segunda-feira, 31 de Outubro de 2022
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O medicamento Ozempic 0, 25 mg, recomendado para o tratamento da diabetes tipo 2, e só vendável com prescrição médica, está esgotado nas farmácias desde o Verão.

Muitos doentes sofrem com a interrupção da sua toma, agravando a doença de que padecem.

No meu fraco e singelo juízo, entendo que, num país civilizado, para doenças crónicas só circunstâncias muito excepcionais justificam haver ruptura nos “stocks”.


Acontece que esta não expectável ruptura tem por detrás uma razão idiota, e que é a de o dito fármaco estar a ser prescrito para a perda de peso, entrando por um fim diferente daquele a que se destina.

Está estimado que 30% a 40% das receitas passadas se destinam a pessoas que, por razões estéticas, de imagem, e do culto do corpo bem torneado, optam pelo seu consumo.

O custo do medicamento é de 120€, e tem uma comparticipação de 90%. E para eficazes antidepressivos, anticoagulantes e reguladores da tensão, as comparticipações são ridículas, a roçar o vergonhoso.

Já me parece mal que se desvirtue a finalidade do medicamento, mas afigura-se-me imoral que o Estado, comparticipando, se associe à vaidade de uns quantos, desbaratando recursos.

Ao todo, num ano, e só com este medicamento, o Estado comparticipou na ordem dos 26M de €.

Custa que o Estado se preste a este papel de ignorante dos desvios, mas dói mais saber que para haver agora remedeio teve de ser a comunicação a levantar o véu que escondia o escândalo e o benefício de uns tantos.

E depois o SNS dá prejuízo. Pois dá…

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Publicado em Opinião