Os mártires da pátria

Quando, e se, chegados ao poder desculpam-se com o argumento esfarrapado das contas. Que as encontraram em tal estado, que não podem, assim, conceder as vantagens anunciadas. De tão gasta e enferrujada, todos a entendem como suja e esfarrapada. Beneficiam os infractores do pouco valimento do seu escrutínio.

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  • 15:28 | Segunda-feira, 15 de Maio de 2023
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Manda a prudência que quem é dado a promessas, antes de se meter a caminho, cure do prometido.

Os partidos estão habituados a prometer, e na hora de cumprir, nada. Todos. Tudo serve de desculpa na hora de saldar as contas. Estou em crer que prometem só porque sim, só porque é bom, e pode render. Não me atrevo a pensar que o fazem, sabendo de antemão que estão a enganar o povo, tirando vantagem de uma situação não avaliada, atirada da boca para fora, com leviandade e nula virtude. Houvesse estudos prévios, e muita inverdade não seria dada sequer como uma mera possibilidade.

Quando, e se, chegados ao poder desculpam-se com o argumento esfarrapado das contas. Que as encontraram em tal estado, que não podem, assim, conceder as vantagens anunciadas. De tão gasta e enferrujada, todos a entendem como suja e esfarrapada. Beneficiam os infractores do pouco valimento do seu escrutínio.


Volvidos, quatro anos, poucos são os que se recordam de quem prometeu o quê e a quem. Daí que, na hora de ser simpático e engraçadinho, valha tudo, o expectável e o inimaginável, o sério e o apalhaçado, o razoável e o exagerado.

Tudo a propósito da promessa do PM, em 2015, de não haver um único cidadão sem um médico de família. Se, em 2019, o número de 750.000 já em horrorizava, o de 1.700.000, em 2023, aterroriza. Os números da vergonha cresceram 124%. Em de vez de desaparecerem os doentes sem médica de família, eles mais do que duplicaram, em 5 anos. Que estudos foram feitos de suporte à garantia dada? Absolutamente nenhuns, face ao desvio verificado.

Sabendo-se de antemão que a esperança média de vida subiu, e que hoje vive-se mais 19 anos depois dos 65, comparado com 1979, seria de boa gestão olhar para esses indicadores antes de anunciar medida tão despropositada.

Não basta de dizer que não se cumpriu e confessar a falta. É preciso ter a humildade de se reconhecer que se faltou à verdade. Isso, sim, é sério!

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Publicado em Opinião