Os déspotas mortíferos

O Homem parece nada ter aprendido com a História e uma dúzia de déspotas, nas últimas décadas, tem provocado uma hecatombe sem precedentes. E continuam a fazê-lo, como é o caso de Vladimir Putin com a invasão da Ucrânia.

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  • 16:10 | Segunda-feira, 08 de Agosto de 2022
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De Israel à Palestina, da China a Taiwan, da Rússia à Ucrânia, da Etiópia ao Sudão, o conflito do Iémen, de Mianmar, do Haiti, da Síria…

Por exemplo, neste último país, a guerra civil iniciada em 2011 contra o ditador Bashar al-Assad já fez aproximadamente 400 mil mortos e mais de 200 mil desaparecidos.

Por detrás destes marciais caldeirões ebulientes referventes de ira(s), mais ou menos camuflados, mais ou menos às claras, encontramos recorrentemente os EUA ou a Rússia, na sua bipolaridade constante para o invocado equilíbrio da geoestratégia mundial. No fundo, interesses económicos do petróleo, do gás, da indústria do armamento, etc. Os interesses ou a insaciável cupidez dos “senhores da guerra”…


Se procurarmos, a mero exemplo, uma lista de guerras “made in USA” dos últimos que vamos nós encontrar?

“Os milhões de mortos na Coreia, no Vietname e no Camboja, os 17 mil mortos quando Israel – apoiado pelos Estados Unidos – invadiu o Líbano em 1982, as dezenas de milhares de iraquianos mortos na Operação Tempestade o Deserto, os milhares de palestinos que morreram a combater a ocupação da Cisjordânia por Israel. E os milhões que morreram na Jugoslávia, na Somália, no Haiti, no Chile, na Nicarágua, em El Salvador, na República Dominicana, no Panamá, às mãos de todos os terroristas, ditadores e genocidas que o governo americano apoiou, treinou, financiou e a quem forneceu armas. E isto está longe de ser uma lista exaustiva.”

“Coração Rebelde”, Arundhati Roy, Asa, 2020.

Se for “made in URSS” basta-nos o genocídio cometido por Estaline no seio do seu próprio povo… ainda hoje não se quantificam os milhões de vítimas, mas nunca se cifrarão em menos de 20 milhões de mortos (1920 – 1953), trinta anos de terror interno.

“Estaline sacrificou os que lhe faziam sombra, os que diziam não, os que não diziam sim, os perigosos de hoje e os perigosos de amanhã, pelo que fizeste ou pelo que farás, por castigo ou por via das dúvidas.”

Espelhos – Uma História Quase Universal”, Eduardo Galeano, Antígona, 2018.

O Homem parece nada ter aprendido com a História e uma dúzia de déspotas, nas últimas décadas, tem provocado uma hecatombe sem precedentes. E continuam a fazê-lo, como é o caso de Vladimir Putin com a invasão da Ucrânia. Os seus actos expansionistas-imperialistas lesam hoje, directa e indirectamente milhões de pessoas no mundo inteiro, como lesam também milhões de Russos no seu próprio país e, naturalmente, os ucranianos.

Os tiranos, na sua mais ou menos breve passagem ou existência, parecem vir programados para fazer o Mal e à sua volta semearem o Apocalipse.

 

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Publicado em Opinião