O Rocha liberal

Aparece assim como o esfaimado lobo disfarçado de carneiro no meio do ingénuo e confiante rebanho.

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  • 17:11 | Sábado, 24 de Maio de 2025
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Rui Rocha, líder da IL, mal viu os resultados eleitorais de 18 de Maio que lhe contrariaram as expectativas de aumentar o número de deputados do 8 para 14, no mínimo, e lhe deram apenas e honrosamente mais 1 eleito, inchou o peito de ar e foi à audiência protocolar com o Presidente da República falar da sua visão de um áureo futuro.

À saída, com aquele seu ar de franciscano sofrido, disse ao que vinha… sôfrego e impaciente para meter ombros  à alteração da Constituição da República Portuguesa. A Lei das Leis.

É evidente que Rocha, fâmulo dos patrões e serviçal das privatizações, está a cumprir a cartilha ideológica do neoliberalismo tão irmão do neoconservadorismo mundial, em traços gerais pugnando pela total liberdade do mercado com o mínimo de intervenção estatal, impondo a redução do Estado na economia, passando pela privatização de todos os recursos estatais, vulgo SNS, SS, CGD, et al, até à maleabilidade da mão da obra, pondo em causa os direitos laborais há muito tão esforçadamente adquiridos, mormente no que toca a despedimentos, exploração laboral e contratações. A senda da prosperidade… para os mesmos de sempre, claro.

Ademais, um progressivo aumento da diminuição da proteção social. Claro que só as seguradoras, por mero exemplo, salivam com a ideia, sem falar da Saúde privada e demais “patrões investidores”.


Porém, Rocha, durante a sua campanha eleitoral, não clarificou ao que vinha. Tão pouco apresentou o desiderato da revisão constitucional, numa ambígua e polémica atitude de falta de clareza, oportunismo e parca honestidade política.

Aparece assim como o esfaimado lobo disfarçado de carneiro no meio do ingénuo e confiante rebanho.

Ao fazê-lo, tornando-se de uma perigosidade que carece da  maior atenção. Ainda mais quando Montenegro lhe abre os braços para o incluir na sua equipa, quando o Chega, logo a reboque vem a terreiro, com bombos e trompetes. propor também a sua ideia de revisão constitucional, essa incluindo todos os substratos de ódio e de conflitualidade social subjacentes ao discurso de Ventura e piedosamente seguidos por mais de um milhão de portugueses, que o veem como o 4º Pastorinho de Fátima, o retornado dom Sebastião, o farol da Nação, o justiceiro Divino e o caçador de Imigrantes.

Para isso, Rocha está disposto a vender a alma ao diabo e poderá ter mesmo de o fazer, pois para a execução do seu desiderato precisa de se aliar à AD e ao Chega… que lhe chamarão um figo, depois do cognac da sobremesa.

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Publicado em Opinião