Portugal é tido como um país de brandos costumes e os portugueses como um povo cordato, acolhedor, simpático, inclusivo e amistoso.
Sim, durante a maioria do tempo, pois sempre que as eleições autárquicas caem no calendário, de quatro em quatro anos, tudo se transmuta e não é para melhor.
Estes movimentos políticos nacionalistas e xenófobos, autoritários e ultra conservadores, centrados no trinómio fascista Deus, Pátria e Família, têm trazido para a vida política o mais sórdido, torpe e desprezível do modo de agir, expresso nas acções, nas posturas institucionais, na violência verbal, nas atitudes misóginas, nas provocações, no despudor, descaro e destrato de quem não pense como eles.
Neste período eleitoral, com o legítimo intento de se alcandorarem ao poder local, o recrutamento de correligionários para integrarem as listas, tem visto surgir de tudo, desde as mais cândidas donzelas aos mais abjectos figurões.
Mais, no culto do Grande e Único Líder, que boçalmente pretendem imitar, dão azo ao surgimento de uma nova “classe” de políticos, ignorantes, sem princípios, cegos pelo ódio e pela avidez do pressentido poder.
Atrevidos, pela intimidação se tentam projectar, alguns deles como autênticos grunhos saídos da lura da longa Hibernação ou como laparotitos seguidores da deslumbrante Visão.
Vimos isso na Alemanha, de Hitler. Na Itália, de Mussolini. Na Espanha, de Franco. No Portugal, de Salazar… com resultados desastrosos para os seus povos e, nos dois primeiros, para a Humanidade.
Mas vimo-lo e vêmo-lo também na União Soviética de Estaline, no Chile de Pinochet, na Argentina de Videla, na Coreia do Norte de Kin Jong-un, na Venezuela de Maduro, no Brasil de Bolsonaro, na Rússia de Putin, em Israel Netanyahu, nos EUA de Trump, etc.
O dia 13 de Outubro trará a remansosa placidez ou inaugurará uma nova era de imparável hostilidade? Em breve o saberemos…