José Junqueiro. Um dia sim, um dia não, um dia “nim”

José Junqueiro vem uma vez mais nesse pasquim, iluminado pela sua ética republicana, arrazoar o facto de "os dirigentes locais e distritais do PS terem sido mais uma vez desautorizados".

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  • 22:06 | Sexta-feira, 12 de Junho de 2020
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Começo este curto apontamento de opinião por uma declaração de interesses. Nunca votei no partido de João Azevedo, mas ponderarei no futuro próximo pela amizade recíproca que prezo ter para com o agora candidato do PS à CMV fechar os olhos e dar-lhe esse voto, se o programa e as pessoas que o rodearem forem como espero merecedoras dessa confiança!

Assim, toda a leitura que se segue está eivada dessa subjectividade, sendo que também nada me move contra José Junqueiro, de quem até sou devedor de gratidão política por noutras ocasiões ter sido minha testemunha abonatória, coisa que perante as declarações que faz no pasquim e na sequência das nada isentas e imparciais questões colocadas pelo jornaleiro director, não consigo ser, estando certo que José Junqueiro não terá para comigo a memória selectiva que tem para com João Azevedo e com a também deputada e presidente da concelhia Lúcia Silva.

José Junqueiro vem uma vez mais nesse pasquim, iluminado pela sua ética republicana, arrazoar o facto de “os dirigentes locais e distritais do PS terem sido mais uma vez desautorizados”.


Tem razão e assume-a porquanto a primeira vez que foram desautorizados foi aquando da sua candidatura em 2013 à CMV. Então, António José Seguro, contra tudo e contra todos indicou-o como o candidato ganhador. O resultado ficou conhecido e José Junqueiro, em matéria de eleições, tem no palmarés a única que ganhou em Viseu, que foi nos Bombeiros Voluntários de Viseu (BVV) e pela lista do PSD.

Junqueiro, que ainda há dias desconhecia a candidatura de João Azevedo, também agora já se mostra conhecedor das promessas e conversas pessoais supostamente havidas entre o candidato à Federação do PS, João Paulo Rebelo, que ainda há dias preenchia as páginas dos jornais e abria os noticiários televisivos por razões muito pouco meritórias e menos éticas ainda, e o candidato à CMV.

Se Junqueiro estima o partido que até os filhos já lhe empregou, deixa que João Azevedo escolha livremente os melhores, não obrigando a que os seus desideratos ou compromissos sejam a certeza de derrota eleitoral, como se adivinha com João Paulo Rebelo nas listas de João Azevedo.

Da mesma forma, se Junqueiro é o mandatário da campanha de João Paulo Rebelo, está a fazer um bom trabalho a favor da eleição do também deputado e adversário José Rui Cruz. Mais umas quantas declarações deste teor e escusam de contar espingardas.

Um mérito contudo reconheço neste descontrolado fogo amigo que Junqueiro faz para dentro do partido, o que é bom indicador para o PSD nas próximas autárquicas, dando a entender que até Almeida Henriques bastará para de novo saírem vencedores, ficando uma vez mais a perder o concelho, que é ter-me obrigado, por tanta crítica negativa que faz à Lúcia Silva, a olhar os resultados e imaginem, até melhorei bastante a estima pela senhora.

De facto, em 2017 a líder concelhia não era a Lúcia Silva como José Junqueiro afirma, mas sim Adelaide Modesto, mais uma das suas afilhadas e aposta pessoal, sendo sim Lúcia Silva então a candidata à CMV que até obteve mais 300 votos que Junqueiro em 2017. E esta?

Afinal, qual é a luta de José Junqueiro? Seja qual for, mesmo até a já perdida e desejada cadeira de Cílio Correia, é melhor passar a ler Sun Tzu e deixar-se das bíblias da Prelatura de Josemaria Escrivá. O partido e o concelho por certo que lhe ficarão mais gratos se se deixar destas mesquinhas guerrinhas de bastidores e passar a contribuir com ideias para todos os aqui moradores. Ele, apesar de muitos políticos serem como o vinho, os bons melhoram e os maus azedam, é capaz de mais e de muito melhor. Assim queira!

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Publicado em Opinião