Frouxos e fanfarrões

Ao repreender o líder da bancada socialista por ter usado o vocábulo “fanfarrão” para caracterizar a atitude de André Ventura, aceitou com toda a naturalidade que este considerasse “frouxo” José Luís Carneiro.

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  • 22:07 | Sábado, 19 de Julho de 2025
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O debate do Estado da Nação perdeu o decoro, como sempre, pela postura provocatória do Chega e agora pelas atitudes controversas e infelizes do presidente da Assembleia da República.

Aguiar Branco vem-se esforçando por provar que não tem arcaboiço para o lugar que desempenha de 2ª figura de Estado, mais começando a não deixar dúvidas sobre a atitude flácida e frouxa que aparenta perante as crónicas investidas de Ventura e seus pares.

Até poderíamos ser levados a pensar que se acobarda perante aquela bancada e que deixa as arremetidas de leão para o agora seu aparente inimigo, o Partido Socialista, José Luís Carneiro, Edite Estrela e etc.

O que quererá Aguiar Branco provar deste pífio modo? A quem?


Ao repreender o líder da bancada socialista por ter usado o vocábulo “fanfarrão” para caracterizar a atitude de André Ventura, aceitou com toda a naturalidade que este considerasse “frouxo” José Luís Carneiro.

Não vamos divagar sobre o significado de uma ou outra palavra; não vamos perambular acerca de ter achado normal a divulgação pelo Chega de nomes de crianças estrangeiras, sem respeito pela protecção dos seus dados, que Aguiar Branco entendeu ser um mero e aceitável acto de “liberdade de expressão”; não vamos fantasiar sobre ter considerado aceitável a exposição de cartazes postos pelos deputados do Chega na fachada da AR; não vamos discorrer sobre ter negado o direito de resposta à eleita Edite Estrela, num acto eventualmente misógino, etc., etc., etc…

A arrogância de Aguiar Branco perante uns e o “agachar” perante outros deixa uma imagem de parcialidade, até de eventual simpatia para com uma ideologia e seus representantes, e de uma frouxidão perante a agressividade daqueles, que parece deixá-lo inerme e impávido.

O deputado Pedro Delgado Alves confrontou-o com frontalidade e dureza acerca deste incidente, com palavras às quais Aguiar Branco não soube retorquir, sobre a invocada “vergonha” que dele disse ter Delgado Alves. Remetido ao silêncio anuente nem contra-argumentou, calado consentindo a dureza e a violência daquela acusação:

“Há limites do tolerável e há instantes, perante a intervenção de André Ventura, que designou o líder do PS com impropérios muito piores, vossa excelência ficou calado! Em silêncio! Sou deputado desta casa há muitos anos, tenho vergonha do senhor presidente porque mostra dualidade de critério”.

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Publicado em Opinião