O debate do Estado da Nação perdeu o decoro, como sempre, pela postura provocatória do Chega e agora pelas atitudes controversas e infelizes do presidente da Assembleia da República.
Até poderíamos ser levados a pensar que se acobarda perante aquela bancada e que deixa as arremetidas de leão para o agora seu aparente inimigo, o Partido Socialista, José Luís Carneiro, Edite Estrela e etc.
O que quererá Aguiar Branco provar deste pífio modo? A quem?
Ao repreender o líder da bancada socialista por ter usado o vocábulo “fanfarrão” para caracterizar a atitude de André Ventura, aceitou com toda a naturalidade que este considerasse “frouxo” José Luís Carneiro.
A arrogância de Aguiar Branco perante uns e o “agachar” perante outros deixa uma imagem de parcialidade, até de eventual simpatia para com uma ideologia e seus representantes, e de uma frouxidão perante a agressividade daqueles, que parece deixá-lo inerme e impávido.
O deputado Pedro Delgado Alves confrontou-o com frontalidade e dureza acerca deste incidente, com palavras às quais Aguiar Branco não soube retorquir, sobre a invocada “vergonha” que dele disse ter Delgado Alves. Remetido ao silêncio anuente nem contra-argumentou, calado consentindo a dureza e a violência daquela acusação:
“Há limites do tolerável e há instantes, perante a intervenção de André Ventura, que designou o líder do PS com impropérios muito piores, vossa excelência ficou calado! Em silêncio! Sou deputado desta casa há muitos anos, tenho vergonha do senhor presidente porque mostra dualidade de critério”.