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Manuel João Dias
Sempre que se me depara uma situação que envolva a Catalunha tenho dificuldade em ser objetivo.
Na verdade não esqueço que a sua não recuperação da independência possibilitou a nossa Restauração em 1640.
Tal facto retira-me capacidade de análise às situações que envolvem a Catalunha.
Sei que seria quase certo que condenaria a declaração de independência unilateral de um qualquer território, mas sou muito “compreensivo” com o que se passou na Catalunha em outubro de 2017.
A questão aí nascida embora política judicializou-se e não podia ser de outra forma.
Um estado de direito só pode resolver os seus diferendos, quando a via política está num beco sem saída, pela via judicial.
Foi o que aconteceu e, naturalmente, os julgamentos dos responsáveis políticos catalães resultaram em condenações.
No entanto não é com e nas prisões que a disputa política terá uma solução.
Creio que ainda ninguém sabe quando e como se resolverá a questão catalã, mas é certo que só será resolvida politicamente.
Qualquer solução imposta a qualquer das partes só levará à intervenção dos tribunais ou ao derramamento de sangue.
Os indultos ora outorgados pelo Primeiro Ministro Espanhol são assim um primeiro, mas gigante, passo para a solução.
Numa Espanha dividida e pouco virada para encontrar verdadeiras soluções é de enorme Coragem a decisão de Pedro Sanchez.
Mostra atitude de líder, mostra querer uma solução ainda que a maioria dos Espanhóis mostre incompreensão.
São atitudes como esta que definem e diferenciam um Político de um político mesmo que tal lhe venha a custar o cargo.
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