Conhecer Portugal

Saiam e venham abraçar o país. Façam-no impreterivelmente nos próximos 15 a 30 dias e optem, desta vez, por visitar um dos muitos territórios que ficou reduzido a cinzas. Como se vê na imagem têm muito por onde escolher.

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  • 16:13 | Segunda-feira, 25 de Agosto de 2025
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Portugal está a arder. Portugal arde com frequência. Depois dos incêndios inicia-se a azafama para encontrar soluções, coisa que não é, de todo, fácil. Normalmente a solução, também aqui, é despejar dinheiro, se não no território, na filosofia de combate.

É normal ouvirmos mantras do género “é preciso tornar a floresta mais produtiva” ou “é preciso que as pessoas possam retirar rendimento da floresta”, obliterando totalmente o essencial do problema – a floresta deveria ser encarada como uma reserva natural, de biodiversidade, de preservação biológica, um espaço diverso, não monocultural, não produtivo, um espaço que não precisa de gestão ou limpeza. É isso que devíamos procurar e almejar. Aos proprietários deveriam ser pagos serviços ecológicos para que os terrenos fossem florestas e não culturas, tentando restabelecer espaços naturais e não a artificialidade onde vivemos.

Se os ilustres cidadãos urbanos, cultos e esclarecidos, me permitem uma sugestão, recomendo que, nos próximos 15 dias, saiam das vossas maravilhosas cidades de Lisboa, Porto, e afins, e venham visitar o interior norte e centro do vosso país. Saiam como gostam de fazer para visitar as maravilhas de Portugal. Venham cá dentro, desfrutar da gastronomia, da paisagem, das pessoas “castiças e genuínas”, da “autenticidade”.

Saiam e venham abraçar o país. Façam-no impreterivelmente nos próximos 15 a 30 dias e optem, desta vez, por visitar um dos muitos territórios que ficou reduzido a cinzas. Como se vê na imagem têm muito por onde escolher. Talvez assim entendam a tragédia que nos assola (a vexas. também), as implicações para todos (vós incluídos) destes grandes incêndios, implicações ambientais, de saúde pública e, também, económicas. Venham que serão bem-vindos. Talvez assim entendam a tragédia e vos seja inculcada, à bruta, alguma solidariedade pelos ecossistemas que são totalmente destruídos fruto do centralismo de que beneficiam diariamente.


 

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