Chega, sim, não ou “nim”?

O próprio André Ventura, que foi eleito em 2021 para a Assembleia Municipal de Moura, de 32 reuniões apenas esteve presente em 2. Esta atitude evidencia um grande desrespeito por aqueles que nele confiaram e lhe concederam o seu voto. Ademais, um precedente grave e um mau exemplo para os seus candidatos, que se revêm ao milímetro nas acções e atitudes do "chefe".

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  • 1:05 | Sexta-feira, 10 de Outubro de 2025
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Notícia do jornal “Público” informa-nos de que nas anteriores eleições autárquicas “Dos 19 vereadores eleitos pelo Chega, 11 abandonaram o partido ou o cargo”.

Esta constatação no poder local, esse âmago da Democracia, tem o seu quê de preocupante e pode conjecturalmente querer dizer que aqueles que concorrem por este partido, à sombra tutelar da imagem do seu líder, pouca ou nenhuma vocação terão para o exercício dos cargos para os quais forem eventualmente eleitos, pouco ou nada conhecerão do concelho a que se candidatam e que, quando deixados entregues à sua sorte, com o invocado “pouco apoio da direcção” e com a por eles alegada “falta de democracia interna”, baqueiam sem saber que dizer ou que fazer.

58% de abandonos é uma percentagem elevada e põe claramente em causa a confiança que os sufragistas no Chega depositam.

Os eleitores votam em André Ventura e depois sai-lhes na rifa alguém que nunca viram, não conhecem de lado nenhum, caído de “paraquedas” no concelho, apenas para dizer, no papel, que concorreram a todos os concelhos, naquelas eleições que o líder considera serem uma “prova de fogo” para si e para o seu partido.

O próprio André Ventura, que foi eleito em 2021 para a Assembleia Municipal de Moura, de 32 reuniões apenas esteve presente em 2. Esta atitude evidencia um grande desrespeito por aqueles que nele confiaram e lhe concederam o seu voto. Ademais, um precedente grave e um mau exemplo para os seus candidatos, que se revêm ao milímetro nas acções e atitudes do “chefe”.


Nas eleições do dia 12 de Outubro, o Chega irá eleger muitos dos seus candidatos. Espera-se que sejam conscientes do voto neles depositados e que concedam ao lugar a necessária dignidade para não se cair numa bandalheira sem precedentes.

Nos vários debates que decorreram nestes dias, recordo a título de mero exemplo um caso passado no concelho de Vila Nova de Paiva, que é ilustrativo do atrás escrito:

A postulante do Chega, cujo cartaz infra se reproduz, residente em Silgueiros, Viseu, não respondeu aos convites feitos para os dois debates prévios, o da Rádio Escuro e da Rádio Alive FM, faltando a ambos, debates esses que contaram com a activa, séria e consequente participação dos outros três candidatos, Paulo Marques pelo PS, José Morgado pelo PSD e Carolina Schut pela CDU, com o objectivo de informarem os votantes do concelho do seu programa eleitoral.

Ao que nos foi informado a  candidata Maria não justificou a sua ausência e, se a falta a um dos debates poderia ter acontecido por qualquer situação imprevista à hora surgida, a falta também ao debate seguinte já não tem justificação plausível em que se sustente.

Mas, em boa verdade… desacreditar a Democracia e tornar o sistema num permissivo carnaval de máscaras não é também um dos objectivos deste partido?

 

 

 

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Publicado em Opinião