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Cílio Correia
Uma sondagem hoje publicada diz que 40% dos portugueses reconhecem entre os grandes defeitos na democracia, uma crescente abstenção e um alheamento da intervenção cívica e política.
A nossa democracia precisa de se tornar atrativa, renovar ideais, restaurar valores éticos e princípios, em suma, retomar o caminho que Abril abriu.
Ignorar a relevância dos sinais de desgaste e os sintomas que encharcam a vida pública, dando força à ideia de “pântano” no plano jurídico e político, apenas contribuirá para agravar a percepção dos males de que padece.
A ideia de que tudo vai ficar bem, por si só, ou de que a memória é curta agravará o distanciamento social e político entre cidadãos e instituições.
A percepção de que há duas justiças mina a confiança da sociedade nos órgãos representativos e gera fenómenos de forte e intensa contestação social e política.
Para que o espírito de Abril de 74 não continue a ser posto em causa e a esmorecer no coração e imaginário coletivos todos teremos, mas todos os democratas e progressistas, de fazer muito mais para reganhar a confiança nas instituições públicas, nos seus agentes e demais servidores da causa pública.
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