Açores. E agora?

A AD não tem maioria absoluta pois faltam-lhe 3 deputados. Mesmo indo buscar um deputado à IL e outro ao PAN, fica com 28 deputados. Não dá. Resta-lhe aliar-se ao CH, o que lhe daria 31 deputados.

Tópico(s) Artigo

  • 12:08 | Segunda-feira, 05 de Fevereiro de 2024
  • Ler em 2 minutos

Os resultados eleitorais nos Açores foram um balde de água fria para o PS, que ficou atrás da AD — desde Mota Amaral que tal não acontecia — um motivo de festejo para o CHEGA e uma dor de cabeça para o a AD capitaneada localmente por Bolieiro.

Vamos aos resultados:

PSD – CDS – PPM = 42,08% com 48.668 votos elege 26 deputados;


PS = 35,91% com 41.538 votos elege 23 deputados;

CH = 9,19% com 10.626 votos elege 5 deputados;

BE = 2,54% com 2.936 votos elege 1 deputado;

IL = 2,15% com 2.482 votos elege 1 deputado;

PAN = 1,65% com 1.907 elege 1 deputado.

Os restantes partidos e movimentos não tiveram votos para eleger deputados, a saber, o PCP-PEV, o Livre, JPP, ADN e o MPT Aliança, este último, por curiosidade teve apenas 4 votos.

A AD não tem maioria absoluta pois faltam-lhe 3 deputados. Mesmo indo buscar um deputado à IL e outro ao PAN, fica com 28 deputados. Não dá. Resta-lhe aliar-se ao CH, o que lhe daria 31 deputados.

Bolieiro nunca enjeitou claramente esta hipótese. O líder nacional da AD, Luís Montenegro, por seu turno, durante a campanha, sempre recusou qualquer aliança com este partido.

O PS poderia viabilizar este governo AD. Porém, pela teoria da reciprocidade, não tendo o PSD viabilizado o anterior governo vencedor do PS, este não viabilizará o governo daquela.

Como governar, se sozinha a AD já de si composta por três partidos não o consegue?

Uma aliança com o CH provocaria uma ruptura com Montenegro que poderia, in extremis, retirar a confiança política a Bolieiro.

O caldo está entornado e esta vitória, para já, afigura-se a uma vitória de Pirro, a muitos custos obtida e carreadora de eventuais  e incontáveis prejuízos.

O líder do CH, mal soube os resultados, veio publicamente oferecer-se para se aliar ao partido vencedor, que ficaria assim com o PSD, o CDS (Nuno Melo como Luís Montenegro rejeitam Ventura), o PPM, e o CH. Uma bonita manta de retalhos…

O caso é que ninguém parece querer aliar-se a Ventura pelas provas dadas de instabilidade, mormente nos Açores, mas o certo é que o CH anda a pairar como um abutre por cima dos picos mais altos da ilha.

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Opinião