A verdade é como o azeite

Quando exerci funções públicas lidei com gente muito pouco séria e especialmente incompetente nas esferas de gestão política do Estado.

  • 10:40 | Quarta-feira, 08 de Abril de 2015
  • Ler em 2 minutos

Aprendi com o tempo a relativizar as coisas e a esperar, percebendo que ter razão em Portugal é um grande problema, dada a enorme quantidade de parasitas com egos gigantescos e sem caráter que por aí andam, mas ter razão antes do tempo é mortal. É talvez a coisa mais difícil de lidar, e que na verdade nunca consegui aprender a gerir com eficiência. Uma ex-autarca que foi minha colaboradora dizia que eu era um “puro”, querendo com isso dizer que era um sonhador, um idealista e, na sua forma de ver, um tanso totalmente desajustado da forma como se “gere” o interesse público em Portugal. É verdade, mas sou um tanso por opção.

Quando exerci funções públicas lidei com gente muito pouco séria e especialmente incompetente nas esferas de gestão política do Estado (mas também na esfera intermédia de nomeação política) e isso admirou-me muito pois estava habituado a um nível de exigência muito alto. A essa incompetência, ausência de curriculum e desconhecimento técnico associavam-se muitas vezes traços de caráter perversos e até, nos casos mais graves, a total ausência de caráter. É muito difícil lidar com gente assim que se move por interesses mesquinhos, guiados muitas vezes por sociedades secretas, ou interesses ilegítimos de grupos sejam eles partidários ou económicos. Felizmente também encontrei gente séria e competente, mas o nível de incompetência e falta de seriedade era demasiado elevado. Não há forma de ter resultados melhores sem resolver esse problema da competência, caráter e seriedade das pessoas que elegemos ou aceitamos que sejam nomeadas.

Quando saí da CCDRC, 5 meses depois de ter assumido a missão de Presidente, muita coisa se escreveu e muita coisa se insinuou. Vejam alguns dos recortes aqui. E vejam este artigo do Público cheio de insinuações, falsidades, misturadas com meias-verdades e muita intriga. Ignorei-o na altura, pois sei que o tempo tudo coloca no seu lugar.


Em Abril de 2012, quando era Presidente da CCDRC, e a propósito de uma série de intervenções do Presidente do Instituto do Território, Rogério Gomes, e até de Pedro Santana Lopes, que durante algum tempo cavalgou essa onda populista anti-CCDR, escrevi este artigo no Público. E em Maio desse mesmo ano fiz esta intervenção numa Tedx Talk na Universidade de Coimbra, também referida no artigo do Público acima.

Hoje li este artigo no Diário de Notícias sobre o Presidente do Instituto do Território e, aparentemente, responsável pela elaboração do Programa do PSD.

Tirem as vossas conclusões.

Gosto do artigo
Publicado por
Publicado em Opinião