A democracia e a cultura política

  É essencial estar atento, ser exigente, reivindicativo e desconstruir a actual ideologia e prática política que a coligação do PSD e CDS-PP que governa o país está a levar a cabo. É que muitas das ideias que estão a ser defendidas e adoptadas têm revelado pouco respeito pelo regime democrático e pelos órgãos de […]

  • 20:14 | Sexta-feira, 02 de Maio de 2014
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É essencial estar atento, ser exigente, reivindicativo e desconstruir a actual ideologia e prática política que a coligação do PSD e CDS-PP que governa o país está a levar a cabo. É que muitas das ideias que estão a ser defendidas e adoptadas têm revelado pouco respeito pelo regime democrático e pelos órgãos de soberania que o constituem e têm mostrado frágil consciência democrática, assim como pouco empenho no fortalecimento da democracia.

Não é possível defender os interesses de uma nação e de um país de modo racional e criterioso desprezando o método mais nobre e elevado de que a democracia dispõe, que são as eleições.


A democracia pode não ser perfeita, porém é o regime político que mais garantias dá na salvaguarda dos direitos humanos e da justiça global, pelo que se constitui como uma necessidade e um imperativo que legitima uma forma colectiva de vida e que nos defende contra tendências de poder autoritário, a prepotência e a insolência.

Nunca o Estado foi, na história do Ocidente, tão denunciado, repreendido e ostracizado, como nestes tempos na Europa e em Portugal através da política neoliberal.

É importante voltar a difundir e a reforçar a ideia de que a autoridade pública é necessária para ser possível reconstituir e dinamizar uma sociedade que afirme os princípios da igualdade, da liberdade e do respeito pela dignidade humana.

É importante não adulterar a discussão e imputar todas as responsabilidades e males que surgem na vida social e, por consequência, na vida pessoal ao sistema político, pois o problema, mais do que do regime ou do sistema político, é de cultura política.

A questão está nos indivíduos, que têm de voltar a ser cidadãos virtuosos, comprometidos com a realização e o aperfeiçoamento das suas vidas.

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Publicado em Opinião