Viseu, uma cidade ao “Deus-dará”…

É normal. Ninguém quer saber. Ninguém monitoriza estas “obras”. Anda tudo ao Deus-dará… provocando quedas aos utentes mais idosos e incautos, como já tivemos ocasião de testemunhar. Este tipo de acção, cada vez mais, pela incúria, indiligência e incompetência demonstrada, se afigura como o rosto do executivo camarário viseense.

Tópico(s) Artigo

  • 12:39 | Sábado, 06 de Março de 2021
  • Ler em 3 minutos

Feios, porcos e maus é o título de um filme realizado por Ettore Scola, em 1976, que retratava de forma assaz mordaz a vida de Giacinto, mais a mulher, dez filhos e familiares numa sórdida barraca nos subúrbios de Roma.

Hoje, ao dar uma volta a pé pela cidade, por uma associação de ideias (inexplicável, decerto…) veio-me à cabeça este filme há muito visto.

Sem ir mais longe, junto ao Montebelo, há quase dois meses, uns empreiteiros bizarros, vieram aqui escavacar os passeios, como aliás andam a fazer por toda a cidade, para instalar acessos às passadeiras para cidadãos portadores de deficiência. A medida é louvável, porém a execução é lastimável. Começam e não acabam. Escavacam e não tapam. Sujam e não limpam.


É normal. Ninguém quer saber. Ninguém monitoriza estas “obras”. Anda tudo ao Deus-dará… provocando quedas aos utentes mais idosos e incautos, como já tivemos ocasião de testemunhar.

Este tipo de acção, cada vez mais, pela incúria, indiligência e incompetência demonstrada, se afigura como o rosto do executivo camarário viseense.

E que mais não fosse e se dúvidas houvesse, bastavam os 400 metros da fantástica ciclo via na Av. António José de Almeida, esventrada há quase um ano, ou os acessos à Casa de Saúde de S. Mateus, para não ir mais longe. Dois pontos constrangedores da fluida circulação urbana.

Por toda a parte por onde passam, a pretexto de fazer obra, estragam. Talvez seja uma estratégia para mostrar aos munícipes que esta cidade anda a fazer o que não faz: obras necessárias, importantes e consequentes para a qualidade de vida dos viseenses. Ilusionismo obreiro. Como a cobertura do Mercado 2 de Maio, uma casmurrice mal explicada e de contornos equívocos. O tempo o dirá, mas o mal estará feito.

Na Ribeira, desde candeeiros públicos ininterruptamente acesos, dia e noite há semanas, até ao lixo coalhado junto à ponte pedonal, no leito do Pavia, até à proximidade da paróquia de S. José onde o lixo das podas se acumula desde as calendas… tudo é a evidência do profundo desleixo que se amparou desta cidade, outrora orgulhosa de ser atraente, gaia e limpa.

E perante tanta e tão crónica ineficiência, Almeida Henriques tem a “lata” de vir pedir aos viseenses mais um mandato de quatro anos.

Para quê?

O tal que diz “acho (não tem a certeza) que tem de haver uma ligação afectiva (só queríamos efectiva…) entre o presidente da autarquia e o concelho que gere”, o tal que afirma “tenho de ser ( não conseguiu em 8 anos e agora é que é…) um presidente de câmara que não desiste de nada do que perspectivou fazer e está no terreno (em qual?) todos os dias.”

Lololol…

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Editorial