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Paulo Neto
Almeida Henriques anda afanoso pelas freguesias a distribuir as benesses que não concedeu durante os anos anteriores do seu mandato. Agora que estamos a meses das autárquicas, ei-lo um mãos-rotas a lembrar-se que as freguesias também existem e contam muitos milhares de votos. E vai a procissão a sair da sacristia…
Mas o verdadeiro presente de Natal, aquele que todos os munícipes que lhe deram a confiança do voto merecem, tem a ver com os estacionamentos…
A pagar, a doer, a crescer… este é o cenário do que aí vem, envernizado com a treta da modernização de uma propagandeada smart city, que só parece sê-lo, no pioneirismo de tanto ir ao bolso dos munícipes numa avidez insaciável. Da água ao IMI, da derrama aos estacionamentos … e etc.
Desta feita Almeida Henriques, ao que se consta, contará com o inestimável contributo da PSP local, entidade pública que vai passar a fazer o serviço de cobrar as multas para os privados da multinacional espanhola concessionária (será?).
A ser verdade e ao que se lê por aí, a PSP de Viseu, com esta eventual aliança autuadora, pondo os seus efectivos, a troco de gratificações, a passar multas e os seus serviços administrativos a cobrá-las, nunca mais se pode queixar de falta de efectivos para o serviço-mor das suas atribuições: a segurança pública.
Era bom que o comandante da PSP local esclarecesse cabalmente esta situação. Em benefício da dúvida e pelos excelentes agentes que a corporação ainda tem, confundir bons agentes com cobradores de uma qualquer entidade privada ou do município de Viseu, não os cobre de glória nem dignifica o corpo que integram.
E o MAI, que diz a isto?
Almeida Henriques, por seu turno, impassível (até às notícias pouco abonatórias que sobre ele têm saído na comunicação social nacional), vai “concessionando” Viseu a quem mais der, vendendo por 30 anos espaços da cidade que são de todos os viseenses.
Claro está que para isso conta com o contributo impagável e nunca negado da mão cheia de deputados municipais do seu partido, que tudo aprovam na AM, assinando por baixo todas as decisões do autarca, mesmo que elas sejam eventual e irrecuperavelmente nocivas para a cidade que deveriam representar e para o eleitorado que os sufragou.
Pelos vistos, não haverá muitos inocentes em matéria de lesa-Viseu…
(Foto da revista “Sábado”, de 23 de Dezembro de 2020, DR)
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