Uma portuguesa a treinar o Clermont Ferrand

I. Há países onde o abuso do poder se paga caro. A Tailândia é um deles. Hoje, a primeira-ministra Yingluck Shinawatra e quase todos os membros do seu governo foram destituídos de funções. Os seus apoiantes falam de golpe de estado judiciário, mas o outro lado contrapõe ainda com negligência acrescida. Uma cena destas em […]

  • 12:45 | Quarta-feira, 07 de Maio de 2014
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I.
Há países onde o abuso do poder se paga caro. A Tailândia é um deles. Hoje, a primeira-ministra Yingluck Shinawatra e quase todos os membros do seu governo foram destituídos de funções. Os seus apoiantes falam de golpe de estado judiciário, mas o outro lado contrapõe ainda com negligência acrescida.
Uma cena destas em Portugal seria impensável. É que o abuso de poder tem-se visto na maioria dos actos deste governo e a negligência está espalhada por aí fora, nos serviços tornados por este governo incapazes de dar conta do recado, pela diminuição cega de efectivos e de verbas…
II.
Por outro lado, os media franceses fazem hoje alarde e primeiros títulos com uma portuguesa : Helena Costa que se tornou a primeira mulher a treinar um clube de futebol profissional em França, neste caso o Clermont Ferrand da IIª Liga. Segundo apurámos, Helena Costa, de 36 anos, iniciou-se no Benfica, passando pelo Odivelas e selecções nacionais do Qatar e do Irão, tendo ainda colaborado com o Celtic FC.
III.
Com gravidade acrescida, as sondagens para as europeias mostram 22% de intenção de voto em Marine Le Pen. Este aviso devia ser encarado como um risco sério da extrema-direita tomar as rédeas do poder, a breve trecho, Europa fora. É a falência total das políticas ultraliberais seguidas pelos socialistas e sociais-democtas. É a resposta. Quem semeia ventos colhe tempestades. Agora, que vão aos mercados que andaram a cevar impudica e indecentemente pedir os votos… Porque o povo espoliado dos seus direitos, esmagado com os impostos, no mínimo, o que lhes fará é um monumental manguito. Entretanto os multimilionários riem-se. Estão felizes. Conseguiram os seus intentos. Viram as suas fortunas pessoais triplicar nos últimos anos… Só que essa cáfila de predadores vale muito em dinheiro aforrado mas muito pouco em votos… Seria grande a gargalhada se os factos não fossem tão trágicos. Mas como um mal não vem só, a taxa de abstenção determinada por aqueles que já não acreditam em nenhum político nem em nenhuma política, por aqueles que sabem que os mercados são os patrões dos governos, a taxa de abstenção de 60% dá um ânimo extraordinário às minorias (depois maiorias) activistas. Por isso, a solução é só uma : não ficar em casa e dar um derradeiro benefício de dúvida, ou na sua ausência, ir votar, não no partido X ou Y, mas contra a ascenção provável da extrema-direita.
IV.
A Câmara de Mortágua, nas mãos de José Júlio Norte, preocupada com o recuo demográfico no seu território estabeleceu uma comparticipação de 2 mil euros por filho ou adoptado nascido ou para residir no concelho. É uma medida de estímulo e profiláctica face ao espectro da desertificação num futuro a médio prazo. Pode-se discutir o efeito mas não deve discutir-se a sua essência. Mostra a preocupação dos autarcas e mostra que para além das palavras há actos a concretizá-las e a sustentá-las.
… Embora seja tremendamente difícil lutar contra as medidas de um Governo tão esforçado em tirar toda a espécie de serviços do interior , em aumentar a precariedade do emprego, incentivar os despedimentos e a emigração dos jovens… Uma luta entre a cegueira do Poder Central e a realidade do Poder Local
 
 

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