Tal festa, a da Castanha! Só em Sernancelhe…

    Há gente para quem o triunfo só tem significado se for exclusivamente seu. Não partilho desse ponto de vista. O êxito de todos quantos nos são próximos é sempre um motivo de comum orgulho. Como o é o sucesso do nosso país, da nossa equipa de futebol, do nosso corredor de automóveis preferido. E […]

  • 1:10 | Domingo, 02 de Novembro de 2014
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Há gente para quem o triunfo só tem significado se for exclusivamente seu.
Não partilho desse ponto de vista. O êxito de todos quantos nos são próximos é sempre um motivo de comum orgulho. Como o é o sucesso do nosso país, da nossa equipa de futebol, do nosso corredor de automóveis preferido. E isto pressupõe uma identidade, que etimologicamente tem algo a ver com aquilo que é idêntico, análogo, semelhante…
Temos o mesmo país. A mesma língua. O mesmo desejo de vencer. E porém, a adversidade, de certa maneira, tem-nos destruído muitas das esperanças, das ilusões e dos sonhos. Vamo-nos tornando cépticos, desiludidos, desesperançados… e, de algum modo, conformados.
 
Passei o dia de hoje em Sernancelhe. Um pouco do meu axis mundi cruza-se por lá. Como pela Lapa, pelo Carregal, por Tabosa, por Soutosa…
Hoje, um evento organizado com brio, determinação, empenhamento e diligência, teve um merecido sucesso. É um trabalho de equipa bem orquestrada por um autarca jovem, dinâmico, metódico e empreendedor, Carlos Silva.
Com este evento, ganhou Sernancelhe, todo o concelho ali representado, os produtores, o comércio local… Mas e fundamentalmente, ganhámos todos quantos fomos a Sernancelhe, à Festa da Castanha e nos deixámos envolver por aquela onda de genuinidade, rigor organizativo e capacidade de empreender.
Milhares de pessoas, produtos de excelente qualidade, castanhas taludas como mãos fechadas, bonita juventude, garbosos idosos, música popular, alegria, jovialidade, convívio e bem-estar.
Escrevi algures que o difícil não é ir a Sernancelhe. É vir de lá…
Provavelmente, ontem, também o secretário de Estado da Agricultura terá pensado o mesmo. Hoje, terão pensado de modo semelhante os diversos presidentes de câmara que passaram por lá. As figuras mediáticas com quem nos cruzámos. A Confraria da Castanha. A Utad. Os produtores de martaínha…
Ir a Sernancelhe, terra de Aquilino, é perceber o ADN rijo, vigoroso e rigoroso destas gentes das Terras do Demo. Mas é também tomar clara consciência de que há autarcas em Portugal que fazem todos os dias o milagre da multiplicação dos pães, sem foguetórios, coerentemente, pés bem assentes no chão e em prol de todos quantos neles votaram. Devia ser esta, a regra. E não a excepção…
Orgulho-me daquela gente ser minha amiga e orgulho-me dos seus sucessos.

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Publicado em Editorial