Ser amigo de uma personagem de romance…

Ontem, ao transcrever no meu Editorial dois pungentes poemas de David Mourão-Ferreira, acerca desta quadra festiva, lembrei-me que sou amigo de uma protagonista de um seu romance… “Um Amor Feliz”, publicado em 1986 pela Presença, tem uma diegese que decorre entre dois natais e conta uma história de paixão. Autobiográfica, se pressente, vivida por Fernão, […]

  • 0:02 | Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2013
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Ontem, ao transcrever no meu Editorial dois pungentes poemas de David Mourão-Ferreira, acerca desta quadra festiva, lembrei-me que sou amigo de uma protagonista de um seu romance…
Um Amor Feliz”, publicado em 1986 pela Presença, tem uma diegese que decorre entre dois natais e conta uma história de paixão. Autobiográfica, se pressente, vivida por Fernão, o escultor, David, o crítico literário (ambos maduros) e “Y”, uma jovem poeta, casada com um pediatra amigo da esposa do primeiro.
“Y” de Isabel, se desvenda. Ponto.
Conheci Isabel anos volvidos, por acaso, através de dois blogues que mantínhamos com três centenas de quilómetros de permeio.
Durante muito tempo trocámos emails diários, depois quase diários. Acerca disto e daquilo e, essencialmente, acerca de uma comum afinidade electiva: a poesia.
Conhecemo-nos da escrita comum. Isabel é uma bela, elegante, delicada e exótica Senhora. Culta, escritora com plural obra publicada, refinada em educação e nos afectos.
Já fui muitas vezes à localidade onde vive. Por seu turno, Isabel já veio algumas vezes a Viseu. Temos os números de telemóvel, mas nunca nos telefonámos, mantendo-nos fiéis a esta tão sugestiva virtualidade que contém, na sua essência, uma mescla de respeito e de ternura.
Ainda agora, nestes tempos que vivemos, rara é a semana em que não nos cruzamos e “vemos”, no facebook. Trocamos um “mimo”, outras, um “like”. Por vezes, uma fotografia mais expressiva acerca de algum tema que apreciamos…
Este Editorial é para ti, querida Isabel. E, pela revisitação, uma singela homenagem ao DMF – esse sedutor e também encantador de palavras, que persiste na nossa memória, afinal, por motivos tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão iguais.
Post scriptum:
A ilação aqui tirada é de minha inteira responsabilidade , enquanto leitor-ideal, destinatário cúmplice de muitas linhas lidas.
Este texto só foi publicado após prévio conhecimento de Y — que não sei se algum dia existiu…!

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