Se agora já é assim, como será depois? As nomeações de João Paulo Rebelo

A nomeação do bombeiro de Cinfães para as funções de motorista do Gabinete do Secretário de Estado só pode ter sido mera coincidência, na certeza de que João Paulo Rebelo seria incapaz de usar o erário público para pagar ou garantir um favor político.

Texto Paulo Neto Fotografia Direitos Reservados (DR)

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  • 21:20 | Quarta-feira, 29 de Abril de 2020
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Da parte de João Paulo Rebelo não haverá muitas surpresas a esperar. O seu modus operandi apresenta-se linear e próprio de um político desejoso de ascender ao Olimpo, primo inter pares, o mais rapidamente possível

Assim foi quando na Movijovem onde a sua actuação foi motivo de forte reprimenda por parte do Ministério Público (MP).

Assim foi quando ainda era um potencial jovem agricultor associado à Coape de Mangualde, presidida pelo seu amigo e apoiante Rui Costa, e se esqueceu de declarar a sua actividade enquanto sócio-gerente de uma empresa de mirtilos e secretário de Estado. Confrontado com os factos, admitiu-os mas referiu ter agido de “boa-fé”.


Assim foi depois de fulgurante e bem sucedida carreira como empresário da comunicação social, com os sócios João Cotta e Francisco Rebelo, do Grupo Lena Comunicação, quando, enfim, passou a deputado da Nação e de seguida, talvez por indicação de apoiante amigo (terá sido o Pedro Nuno Santos, aquele que eventualmente se perfila como sucessor de António Costa?) chegou a secretário de Estado da Juventude e Desporto (que tutelou a tal Movijovem) onde, de controvérsia em polémica, no contexto do futebol nacional, não tem deixado a melhor e mais eficaz das impressões.

Logo de seguida, Costa ao nomear os 5 magníficos para espécie de “governadores-civis-covidis19”, ter-se-á à primeira esquecido dele e indicado Alberto Souto de Miranda, o ex-presidente da CM Aveiro e sE Adjunto e das Comunicações, o qual, por possível interferência de Pedro Nuno, o ministro da tutela, não terá sido dispensado, sugerindo-se em segunda e útil escolha João Paulo Rebelo. Coincidências.

Entretanto, a carreira meteórica de João Paulo Rebelo não podia estagnar e já estratégica e previamente se tinha apresentado como candidato a presidente da Federação do PS Viseu – um imprescindível degrau a subir – em contenda com o seu amigo, o deputado José Rui Cruz.

Nesta luta pelas boas graças dos militantes do distrito, muito se fez e com bastante frenesim mediático e, só agora, adiadas que foram as eleições talvez para Setembro por causa da pandemia, houve lugar a uma certa acalmia.

Mas só aparente, pois a nomeação datada de 21 de Abril do corrente de José Carlos Amaral Botelho, bombeiro voluntário e segurança privado, para as funções de motorista do Gabinete do Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, um seu apoiante-mor de Cinfães, só pode ter sido mera coincidência, na certeza de que João Paulo Rebelo seria incapaz de usar o erário público para pagar ou garantir um favor político.

Lembremos que o opositor José Rui Cruz tem no presidente da Câmara local, Armando Mourisco, um seu forte apoiante e mandatário distrital …

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