Qualquer dia está a inaugurar obras para 2064… e em Espanha, que Portugal já nem comporta

  Imaginem uma cena assim começada… a propósito de mais uma promessa, a da auto-estrada Viseu-Coimbra… Durante o seu discurso na Aguieira, Coelho enfatizou que “o Governo tem a obrigação de lançar esta discussão“, apelando a que “ela não se confunda de modo nenhum com qualquer questão eleitoral“. Isto, assim dito, poderia parecer conversa de […]

  • 20:14 | Sábado, 08 de Agosto de 2015
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Imaginem uma cena assim começada… a propósito de mais uma promessa, a da auto-estrada Viseu-Coimbra…
Durante o seu discurso na Aguieira, Coelho enfatizou que “o Governo tem a obrigação de lançar esta discussão“, apelando a que “ela não se confunda de modo nenhum com qualquer questão eleitoral“.
Isto, assim dito, poderia parecer conversa de gente séria. Porém, num momento em que a coligação se desdobra em sete peles para retirar a pele usada, a das malfeitorias, e vestir a nova pele, a das benfeitorias, ninguém consegue acreditar.
Andamos por aqui às voltinhas, há anos a fio que a história já vem de longe, com o novo acesso Viseu-Coimbra. Os resultados são aqueles que todos os utentes têm mais que visto, suportado nas viagens e, alguns, no próprio corpo fruto das centenas de acidentes neste traçado ocorridos.
Sérgio Monteiro, o secretário de estado mangualdense, titular dos transportes e comunicações, andou uma legislatura a chutar para canto. Agora, de malas aviadas, remata à baliza. É gooooooolo! O ministro da tutela idem. Todo o governo em consonância. Neste momento, a pouco mais de um mês para as eleições, tira-se o coelho da cartola (salvo seja!) e vamos ter auto-estrada. Aborrecido mesmo é ouvir-se que “o início do primeiro troço deste empreendimento está previsto para ocorrer entre 2016 e 2017.”
O “está previsto” já é engodo no anzol q.b., pois este governo tinha centenas de previsões que nunca cumpriu e outras tantas que adulterou a 180º do inicialmente previsto/prometido.
A coisa faz-se na maior charlatanice e com pompa e circunstância, numa pantomina de faz de contas, encenada ao milímetro. E é assim que António Ramalho, da IP-Infraestruturas de Portugal o vem solenemente dizer a Coelho, numa cerimónia realizada, claro está, na Aguieira e já tendo até sido avaliado nos seus custos, em 600 milhões de euros. E é repentinamente que o dito Ramalho descobre a pólvora e cita-se: “o actual IP3 corresponde a um corredor de elevada procura com níveis de tráfego muito intenso…”.
E ninguém lhe dá sequer um prémio Nobel?
Lembramos que o IP3 tem sido um “campo de guerra” onde já pereceram perto de uma centenas de seres humanos nos últimos anos. Este índice de sinistralidade letal seria só por si cabal justificação para a nova rodovia. Mas este governo que tudo prometeu e pouco ou nada cumpriu, vem agora… agora, a escassos dias do acto eleitoral, atirar poeira para os olhos, vender ilusões com banha da cobra, mais uma vez… E claro, não sendo eleito, arteiro, deixar o ónus para os vindouros…
O primeiro-ministro leva mais longe a farsolice ao referir durante o acto que a nova via “traz realmente vantagens” e pela urgência apela a que “não se percam mais anos…”. La Palisse é um novato!
Isto é cinismo ou excesso de virtualidade? Ou ambos?
Tirem-me deste filme pela Vª rica saúde…
 
(Foto DR)
 
 
 
 

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Publicado em Editorial