PSD e CDS, a insaciável sede de poder

Rangel que foi opositor derrotado de Passos Coelho em 2010, na sucessão a Manuela Ferreira Leite, quer sair agora vitorioso com Rio, longe idos os dias em que Passos Coelho lembrava o tempo em que Rangel fora militante do CDS acusando-o de ter “problemas de memória”. Com falta de memória ou não, Rangel anda frenético a vender a sua figura para derrubar Rui Rio.

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  • 12:01 | Sábado, 30 de Outubro de 2021
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No actual palco político do país, os principais partidos, na avidez do poder, digladiam-se fratricidamente.

No CDS/PP a luta desencadeou-se entre o actual presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos e o euro deputado Nuno Melo, a ponto deste acusar aquele de “tentativa de golpe de estado institucional” e prometer levar o caso às últimas instâncias, tudo se prendendo com datas, datas de congressos, adiamentos, etc. Melo acusa Santos de querer adiar o Congresso “por medo de o perder” acusando o actual presidente do partido de ser um “presidente que se quer manter evitando-as (eleições)”.

Verniz estalado, ódio ao de cima, discursos no máximo de decibéis… “O CDS é um partido estruturante e fundador da democracia e vive hoje o primeiro acto de uma tentativa de golpe de estado institucional que eu quero denunciar e repudiar vivamente”, e acrescenta Nuno Melo “quem tem medo de ir a votos dentro dificilmente terá capacidade para conquistar votos fora”.

Ao CDS já não bastava estar em queda abrupta, faltava-lhe esta guerra civil.


No PSD o cenário é análogo, e só mudam os actores, Paulo Rangel ataca veementemente o actual presidente do partido, Rui Rio, tudo fazendo para conquistar o seu lugar.

Na reunião de apoio a Rangel realizada no Palácio da Bolsa, que contou com cerca de 600 pessoas, também Viseu quis marcar presença com o presidente da distrital, Pedro Alves e o autarca de Vouzela e vice da distrital, Rui Ladeira.

Rangel fala em “liberdade” , “voto livre” e em “caciquismo”, apelos e epítetos contra Rio e com chavões do tipo “Há gente que quer dividir os militantes do PSD em duas categorias, raças e etnias: de um lado, os militantes livres, do outro, os militantes escravos”.

Acerca das eleições internas de 4 de Dezembro e da antecipação das legislativas, Rangel é taxativo: Se Rio perder as eleições internas não pode ser o candidato a primeiro ministro contra António Costa: “Há algo que tem de ficar claro para os portugueses e militantes do PSD, o líder do PSD não tem apenas de apenas preparado para concorrer a eleições legislativas, ele também precisa de estar legitimado para concorrer a essas eleições legislativas”.

Rangel que foi opositor derrotado de Passos Coelho em 2010, na sucessão a Manuela Ferreira Leite, quer sair agora vitorioso com Rio, longe idos os dias em que Passos Coelho lembrava o tempo em que Rangel fora militante do CDS acusando-o de ter “problemas de memória”. Com falta de memória ou não, Rangel anda frenético a vender a sua figura para derrubar Rui Rio.

 

 

Em luta também, os membros da “geringonça” de outrora, Costa, Jerónimo e Manuela, com estes dois últimos, líderes do PCP e do BE a reprovarem o OE 2022 ao lado do Chega, da IL, do CDS e do PSD, numa clara mudança de lugar, latitude e de atitude, optando por se situarem ao lado da direita e da extrema direita contra a esquerda à sua direita, o PS.

 

(Fotos DR)

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