Paixão ou sofrimento…

  Sexta-feira Santa ou Sexta-feira da Paixão (no valor primeiro da palavra: “pathos” > sofrimento, dor) é na tradição religiosa católica o dia da morte de Cristo. Um pouco por todo o lado multiplicam-se os rituais. A Acert continua com a Queima do Judas.  O que vendeu Cristo por 30 dinheiros, como muitos dos políticos […]

  • 7:02 | Sexta-feira, 18 de Abril de 2014
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Sexta-feira Santa ou Sexta-feira da Paixão (no valor primeiro da palavra: “pathos” > sofrimento, dor) é na tradição religiosa católica o dia da morte de Cristo.
Um pouco por todo o lado multiplicam-se os rituais. A Acert continua com a Queima do Judas.  O que vendeu Cristo por 30 dinheiros, como muitos dos políticos da governança vendem os portugueses à agiotagem dos mercados financeiros. E não há quem os queime…
O ano passado fiz uma reportagem em Tondela sobre o evento e percebi a grande dinâmica que envolve aquelas centenas de jovens participantes com um entusiasmo, disciplina, rigor e uma criatividade extraordinários.
A vitalidade de uma tradição que a Acert soube preservar e guindar a acontecimento nacional.
 
Por acaso, ontem deambulei por algumas freguesias do concelho de Tondela. O dia estava convidativo ao exterior. Muito sol e uma temperatura de 23 graus. Os campos estão cheios de verde, amarelo e branco. Também eles cumprem o ritual revigorante da renovação. As aldeias estão bem tratadas, airosas, cuidadas. Há bons presidentes das Juntas. O que cada vez se vê menos é juventude. As nossas aldeias têm uma população envelhecida e um património rico em casas de outrora, de brasileiro, de africanista, de nobreza decadente. Encontramos de tudo e também verdadeiras joias arquitectónicas ao sabor da inexorabilidade do tempo e da ruína.
 
Viseu, ontem à noite, de amena que estava, tinha as ruas do centro com gente a passear até tarde. E não eram só os jovens, na sua habitual “noitada” de 5ª feira pelos bares da zona histórica, eram famílias inteiras a aproveitar a calidez tão agradável, depois de tanta chuva, tanto frio e tanta instabilidade meteorológica. O corpo pede-nos o exterior e quando a envolvência, seja ela rústica seja urbana, é acolhedora, o fim da hibernação faz-se com gosto.
Ao que parece havia também um Concerto na Sé de Viseu. E o espectáculo podia ser também a justificação do inusitado movimento.
Tenham uma boa sexta-feira santa, aproveitem bem este fim-de-semana prolongado (a repetir para a semana) e sejam contidos, não abusem do jejum – nem da carne…

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Publicado em Editorial