Os novos movimentos de cidadãos para as autárquicas

      O descrédito dos partidos políticos cada vez é mais acentuado e em ruptura com uma certa sociedade civil criteriosa e pensante. Ninguém ignora serem hoje grande parte dos partidos do espectro político português uma espécie “mal esgalhada” de escolas de formação de arrivistas e oportunistas do tacho e do penacho. Lugares para […]

  • 15:05 | Sábado, 17 de Dezembro de 2016
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O descrédito dos partidos políticos cada vez é mais acentuado e em ruptura com uma certa sociedade civil criteriosa e pensante.
Ninguém ignora serem hoje grande parte dos partidos do espectro político português uma espécie “mal esgalhada” de escolas de formação de arrivistas e oportunistas do tacho e do penacho. Lugares para onde se vai ainda adolescente para talhar o percurso profissional futuro, quando, ao invés, os partidos políticos, na sua variedade e pluralidade, enquanto esteios da democracia, deveriam ser o “santuário” de onde emergiriam – como nos tempos da oposição salazarista e marcelista – os condignos lutadores pela coisa pública, com denodo, sacrifício de suas vidas, pessoais e profissionais, em pleno e único espírito de missão.
Hoje, a maior parte dos militantes nem sequer sabe a origem da ideologia de base do seu partido, nem os fundamentos da diferença com os outros partidos, nem tão pouco quer saber, cingido a uma mera e obsoleta dualidade esquerda versus direita, muitas vezes congénita, clubística, como se estivéssemos a falar do Benfica, Sporting, Porto ou Belenenses…
Esta turbamulta que tomou os partidos instalou-se no Poder e “estralhaçou” tudo em seu redor na selvagem salvaguarda dos interesses do “clube”, no chamamento dos lugares-tenentes da equipa, ausente da meritocracia mas recompensador das fidelidades expressas na via do arrivismo.
Ademais, em Portugal, o rotativismo que já vem da Monarquia impôs-se e o bailado costuma ter dois pares: PS e PSD.
Já sinal dos tempos, as alianças alargaram-se e, desde as bem definidas na AD, no PàF, entre PSD e CDS às actuais tácitas entre PS, PCP e BE, mais pares começam a vir à dança.
E contudo, em termos autárquicos muito concretamente, o desgaste das “caras de sempre” sustentado na ausência de obra a apresentar e cimentado no descrédito das promessas eleitorais feitas, conduz cada vez mais ao surgimento de movimentos de cidadãos independentes ou, pelo menos, a montante do “regimento” partidário.
Em Coimbra, município vítima de um autarca “medíocre”, Manuel Machado, do PS, “gasto apóstolo da decadência” surgiu a candidatura de Norberto Pires, professor da Universidade de Coimbra, investigador de grande mérito, ex-presidente da CCDRC e vereador da oposição na autarquia de Condeixa, integrado no movimento de cidadãos Uno Civitas – O Poder da Cidadania.
Todos quantos o conhecem sabem de sua inteligência. É um homem mais que do seu tempo, à frente do seu tempo. Com ideias para Coimbra, generoso na sua componente humana e humanista é, acima de tudo, um homem sério – eu sei que o vocábulo entrou em desuso… –  que nunca deixou de lutar pelo seu ideal de uma social democracia pura e não infestada pelos vírus dos últimos tempos.
Também no distrito de Viseu se adivinham candidaturas de independentes, congregadoras de pessoas capazes, de reconhecido mérito e confirmada competência. Até, candidaturas onde, os cidadãos, sem olvidarem as suas ideologias, são capazes de as transpor e de se unir com gente de outros quadrantes políticos com um único objectivo: o seu Concelho!
Talvez estes passos embrionários sejam o cenário de um porvir muito próximo e contra o “fatalismo” dos de sempre.
 
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