Os franciscanos…

    Não sei, hoje e dentro do contexto actual do panorama político português, o que é ser social-democrata ou socialista. Creio, aliás, que já poucos o saberão porque quando olhamos para os rostos do PSD ou do PS pouco ou nada vemos que reporte à essência ideológica desses dois partidos. Também se chove no […]

  • 9:31 | Quarta-feira, 04 de Novembro de 2015
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Não sei, hoje e dentro do contexto actual do panorama político português, o que é ser social-democrata ou socialista.
Creio, aliás, que já poucos o saberão porque quando olhamos para os rostos do PSD ou do PS pouco ou nada vemos que reporte à essência ideológica desses dois partidos.
Também se chove no molhado ao reiterar que os políticos actuais são, em geral, uns pindéricos a correr atrás das oportunidades sazonais para nela se encaixarem como um perfeito lego, distantes, muito distantes dos nomes grandes de outrora (de há 35/40 anos) que ergueram a ferros as sinecuras doiradas onde hoje estes se acomodam. E o acomodar é feito a qualquer custo, nem que para isso tenham que inquinar tudo em seu redor.
Francisco Assis, o professor de filosofia que não teve tempo de o ser, anda há 30 anos a boiar no jacuzzi tépido do PS. É mais um daqueles que não gosta de ser professor, o que bem provou, nos tempos trágicos de Maria de Lurdes Rodrigues, a sinistra ME de Sócrates, ao apostrofar e diabolizar insensatamente toda a classe de onde era oriundo – ou talvez não.
Agora, este socialista de direita, encostado no parlamento europeu por António José Seguro, onde ao que parece, tem mais faltas do que presenças, aparece sebastianista a querer ser a legitimada voz dos aparelhistas descontentes, vulgo, aqueles que ficaram sem tacho.
Tem toda a legitimidade para ser um socialista de direita (?), pena é que não tenha feito o seu “alpinismo” político no CDS ou PSD, afinal, aquelas que parecem ser as suas verdadeiras matrizes ideológicas.
De Viseu, José Junqueiro, ex-tudo, até ex-vereador da oposição à CMV – que não fez – desempregado político, ou aposentado político, encontrou uma vara do pálio que acoita Assis vazia e logo acorreu, sofregamente a empunhá-la a duas mãos. Percebe-se… Até se percebe que um dia destas, a vara ao lado seja empunhada pelo seu compadre e grande amigo Ginestal, o ex-quase-tudo, grande-chefe da indústria farmacêutica por uns tempos, os tempos necessários para, assim possa, voltar à política activa que sempre o acoitou e estimou.
Borges, o comendador de Resende, também terá talvez por aí uma vara a que se agarrar… elas hão-de ser seis. “Empunhadores” já teremos três. Cumpre-se assim o ciclo tríade da bem-aventurança.
O franciscano, renegados os votos de pobrinha austeridade, já não de pés nus, humildes, na friagem dos tempos, caminha a passos largos, tal Torquemada, calçado com uns Testonis ou com uns Air Jordan Silver Shoes… para o abraço de Judas.
Coelho e Portas encontraram, enfim, aliados à altura e, beatíficos, suspiram de alívio e sorriem de cínico prazer e compungida fácies de sacristão.

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