Os 7 anos de Marcelo e os seus 3 duros recados

É claro que a Igreja se colocou, por criminosa acção de alguns dos seus membros em situação de ser punida com a exemplaridade dos cometimentos. Actos do quais, a Igreja, conservadora e corporativista, habituada a julgar e não a ser julgada, foge como o diabo da cruz, dando um espectáculo patético de balbúcios e de titubeios. Cada bispo a dizer coisa diferente do bispo da diocese ao lado.

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  • 16:46 | Sexta-feira, 10 de Março de 2023
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Em entrevista à RTP e ao Público, Marcelo Rebelo de Sousa, por ocasião dos 7 anos da sua magistratura, dá dolorosos puxões de orelhas ao Governo, à Igreja e ao PSD.

O Governo está, nas suas palavras “requentado e cansado”; a Igreja, na aguardada conferência episcopal foi um “flop”, ficando muito aquém do que dela se esperava; o PSD não está preparado para governar, eventualmente por falta do seu líder, Luís Montenegro.

Estas são as ilações fulcrais. Daqui, decorre a possibilidade de dissolução da Assembleia da República, porque Marcelo “nunca diz nunca”, ficando a pairar a ideia…


É evidente que o governo se tem posto a jeito de uma alarmante e inesperada forma, mostrando-se sem rumo nem tino, frouxo, enrodilhado em sucessivos escândalos, vivendo dentro de uma clubite asfixiante, sem quadros de peso para uma renovação de impacto. O ministro das Finanças foi um dos visados de Marcelo, que lhe sugere olhar bem para o passado e perceber que “rabos de palha” ainda tem, Medina que saiu fragilizado do caso TAP e da câmara de Lisboa, de onde têm surgido, intermitentemente, casos por apurar.

É claro que a Igreja se colocou, por criminosa acção de alguns dos seus membros em situação de ser punida com a exemplaridade dos cometimentos. Actos do quais, a Igreja, conservadora e corporativista, habituada a julgar e não a ser julgada, foge como o diabo da cruz, dando um espectáculo patético de balbúcios e de titubeios. Cada bispo a dizer coisa diferente do bispo da diocese ao lado. Logo, no canto coral, reprovados…

É óbvio que a substituição de Rui Rio por Luís Montenegro não está a levantar a calorosa unanimidade esperada. Talvez inabilidade do líder. Talvez falta de capacidade de aproveitar os pretextos que Costa lhe tem atirado para a bandeja. O PSD para vir a ser governo, neste contexto, carece de se unir à sua direita. Com o Chega já provou o veneno , nos Açores, o beijo da viúva negra, com a IL, esta anda mais empenhada em provar a si mesma que tem uma voz audível, do que a “amouchar” sob um partido que a pode canibalizar.

 

(Foto PR DR)

 

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Publicado em Editorial