Oposição socialista à CMV acordou da hibernação?

    De repente parece que a oposição socialista à CMV acordou de um torpor profundo, como o da Bela Adormecida… Pelo menos é o que diz um deputado-vereador no seu estimável blogue. E foi por esse meio que ficámos sabedores de muita coisa… Por exemplo: que 2013/14 ficou marcado “insolitamente, por uma oposição dura de […]

  • 0:01 | Quinta-feira, 30 de Outubro de 2014
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De repente parece que a oposição socialista à CMV acordou de um torpor profundo, como o da Bela Adormecida…
Pelo menos é o que diz um deputado-vereador no seu estimável blogue. E foi por esse meio que ficámos sabedores de muita coisa…
Por exemplo: que 2013/14 ficou marcado “insolitamente, por uma oposição dura de Almeida Henriques a Fernando Ruas.”
Ainda referindo-se a essas tricas, mais escreve: “O nosso adversário político não é, pois, quem não está, mas quem agora lhe sucedeu”.
Que a Gestin foi um “negócio ruinoso”…
E na rubrica: “O que o PS teria feito de diferente”, a primeira asserção é lapidar:
Falar verdade”…
Mas entretanto, emendou-se a trajectória, reafirmando-se:
“A atitude construtiva do PS foi sempre uma constante, e enunciaram mesmo aspectos positivos da actuação da maioria (Exs. Colocar o Centro histórico no topo da agenda, agenda cultural, cultura de diálogo com os municípios vizinhos, modificação de horários nos transportes… continuar o projecto estruturante da Etar-sul, orçamento participativo (…)”
(ipsis verbis)
Nós até já tínhamos reparado aquando da votação para o orçamento, mas agora, assim dito, percebemos que aquelas reticências não foram senão pejo de mais dizer, deixando o discurso suspendido… Vai daí, percebendo que o panegírico podia passar a contar do CV dos visados, senão mesmo do Portal Digital da Autarquia, a oposição socialista, com renovado alento voltou à carga, arrasadora:
“Por fim, ficou uma forte advertência à maioria PSD: O PS não está distraído e não aceita o ‘portfólio de desculpas’ que o presidente da câmara está a tentar construir. Sempre foi proclamatório, nas intenções e muito centrado no culto da personalidade. ‘Muita parra e pouca uva”.
Mas não ficou por aqui e mais lavrou: “Ninguém pode ter duas caras…”; “O PS não aceitará desculpas em matéria de falhanço nas promessas…” “Ficou sublinhada a hipocrisia serôdia…” Um tonitruante terramoto!
A este ponto chegado de tão vibrante quão eloquente oratória queirosiana, estamos certos que o prezado Conselheiro Acácio nunca diria melhor! Essa “forte advertência” é uma bengalada à Ramalho, aquele “portfólio de desculpas” é coisa à Lobo Antunes, mas o “Sempre foi proclamatório, nas intenções…” só podia ser geometria da ars bene dicendi Vieiriana. Até o José Estevão – esse insigne tribuno  – na sua estátua sita à Praça da República, em Aveiro, estremeceu de puro deleite.
Perante tão adventícia postura, nem o Dâmaso Salcede resistiria a um singelo desvelo: “ Chic a valer…!Temos oposição!” .

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