O Rei Sol da Betesga?

  Não passa um dia sem que o nosso inefável Almeida Henriques não ande por aí, tal bailarino do Bolshoi, em pontas, a esgargalar para tudo que é câmara de fotografar ou filmar. Desta feita, ontem, o Parque Aquilino Ribeiro recebeu à volta de uma centena de pessoas como cenário do autarca-protagonista, num programa da RTP1 chamado “Verão […]

  • 8:17 | Quinta-feira, 28 de Agosto de 2014
  • Ler em 2 minutos

 
Não passa um dia sem que o nosso inefável Almeida Henriques não ande por aí, tal bailarino do Bolshoi, em pontas, a esgargalar para tudo que é câmara de fotografar ou filmar.
Desta feita, ontem, o Parque Aquilino Ribeiro recebeu à volta de uma centena de pessoas como cenário do autarca-protagonista, num programa da RTP1 chamado “Verão Total”, da responsabilidade de Mário Augusto, pela familiaridade do “tu-cá-tu-lá”, um  amigo de peito, que terá feito graciosamente(AH dixit em tempos) o vídeo da sua campanha eleitoral.
Nos entrementes, uma locutora ia convidando para umas chamadinhas telefónicas, “1000 euros podem ser seus … marque já o 760 10 20 30. Custo da chamada 0,66 + IVA” e, pelo que vimos antes da exaustação, umas miúdas de perna esbelta iam saltando e a cantando o “cu-cu-cu-cu-cu….” entremeadas de grandes diálogos com o locutor-amigo.
“Viseu é a cidade com mais qualidade de vida de Portugal”; “Viseu é uma das 10 melhores da Europa para viver”; “Tem as melhores acessibilidades”; “A maior percentagem de jovens”; “As melhores rotundas”; “Cidade-jardim, mas isso custa dinheiro…”; “Muitas zonas verdes: este Parque, o Fontelo, a Casa da Cruz; o Parque da Aguieira; a radial de Santiago…”
Estas pérolas debitadas, percebi que AH estava a fazer o elogio público de Fernando Ruas, porque nada é de sua autoria. Percebi que continuava a referir-se ao estafado estudo da DECO, publicado em 2012, com base num inquérito realizado entre Setembro  e Novembro de 2011, centrado na percepção de 3055 inquiridos e não em indicadores tangíveis, numa amostra  que apenas incluía 21 cidades capitais de distrito… numa altura em que AH vivia ainda o seu efémero e passageiro sonho no Governo de Portugal, ao lado do seu querido amigo Passos Coelho.
Olvidou que o Parque da Aguieira é uma selva esquecida e que o Fontelo é uma mata semi-abandonada…
Esqueceu-se de dizer que Viseu tem uma das maiores taxas de desemprego jovem do país, mas teve a lembrança de referir: “Hoje, às 08H00 já estava na Câmara a receber um empresário que quer investir em Viseu por causa das excelentes acessibilidades.” Percebemos que se referia às novas carreiras aéreas, à autoestrada Viseu-Coimbra, à EN 229, troço Viseu-Sátão, à linha férrea Viseu-Salamanca e etc.
Principalmente… e etc…
A pachorra esvaiu-se-nos perante tanto “ruído”.
Grande fanfarra mas pouca música… Almeida Henriques parece viver de um intenso e quase doentio desejo de autopromoção, mesmo que disfarçado na e pela promoção (?) da cidade. Esta presumível constatação já raia o exagero. Este excesso de palavrório sem obra sustentatória  começa a assemelhar-se a um “blá-blá” incredível, oco, vazio de sentido e de significado…
Em breve teremos o balanço do 1º ano de mandato. Aí, nesse acto concreto, vamos poder  separar o trigo do joio e o “eu fiz” da obra feita.
De estranhar a falta de José Junqueiro e Hélder Amaral, lídimos vereadores da oposição… sempre aprovarão em reuniões de executivo estas rábulas ao estilo “big brother” no panegírico do “Eu”. Ou não? Nem “cavaco” lhes dará?
Cada um com o que merece. Antes isso que um balde de água fria cabeça abaixo…
 
Nota: O leitor que me desculpe pela má qualidade das fotos. Foram tiradas com um telemóvel do tempo do Viriato, decerto outro “amigo de peito”…

Gosto do artigo
Publicado por
Publicado em Editorial