O português é danado para a velocidade

Com piada, no fundo, apareceu aquele post nas redes sociais onde se vêm os condutores/actores com um ar angustiado e sofrido ao depararem com mais uma “rotunda”, que ninguém ignora ter sido a mais bem sucedida obra, em 24 anos, do autarca Fernando Ruas, tornando-as numa “marca” de Viseu, num seu ex-libris e, concedendo até ao imaginativo edil o epíteto carinhoso de “Fernando Rotundas”.

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  • 17:47 | Quarta-feira, 25 de Maio de 2022
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A propósito de um filme “pirex”, na sua 10º edição, que decidiu vir filmar uns “takes” à Lusitânia, de Vila Real a Viseu se toaram loas pelo grande acontecimento, pelo “fast and furious” evento.

Dizem uns que vai trazer muito dinheiro à região, encher camas de hotéis, mesas de restaurantes e etc. e tal. Dólares a rodos…

Outros juram a pés juntos que vai ser emocionante presenciar ao vivo os grandes cowboys da estrada, ouvir o ronco estonteante dos motores, assistir às mirabolantes manobras a 200 km/h.


Pois, todos terão razão. Há sempre um 3º mundo de pernas escancaradas para acolher o circo.

 

 

Com piada, no fundo, apareceu aquele post nas redes sociais onde se vêm os condutores/actores com um ar angustiado e sofrido ao depararem com mais uma “rotunda”, que ninguém ignora ter sido a mais bem sucedida obra, em 24 anos, do autarca Fernando Ruas, tornando-as numa “marca” de Viseu, num seu ex-libris e, concedendo até ao imaginativo edil o epíteto carinhoso de “Fernando Rotundas”.

Antes isso, que elas são uma excelente obra dissuasora das velocidades dos nossos munícipes, dos quais alguns, os mais “fast”, até dão baile aos corredores. Talvez por isso o número elevado de acidentes e atropelamentos de peões, talvez por isso a profusão alternativa de uma exuberância de semáforos, alguns com plena razão de ser, outros, com a utilidade de empastilhar o trânsito até ao desespero.

Por isso, “velocidades furiosas”, em Viseu, Vouzela, Vila Real ou nas Berlengas nada trazem que nos espante. Provavelmente até, o realizador e o produtor do filme já teriam ouvido falar de Viseu e, com todos estes “street racers” (escrevo em inglês porque agora é chic…), nem precisarão de trazer duplos caríssimos dos EUA, recrutando-os aqui ao preço da uva mijona.

E agora andem para aí a dizer, injustamente, que Fernando Ruas não tem uma política cultural séria, polivalente, espampanante, pioneira, inovadora e veloz… Até o Sobrado se rói de inveja!

 

(Foto dr)

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Publicado em Editorial