A “besta” americana

Hipocritamente, deixam matar a esmo e, de seguida, fazem vigílias pelos mortos numa dualidade comportamental indescritível, num país que gerou e apoiou seitas sanguinárias como a tenebrosa Ku klux Klan.

Tópico(s) Artigo

  • 15:52 | Quinta-feira, 26 de Maio de 2022
  • Ler em 2 minutos

Os quatro anos de Donald Trump como presidente dos EUA libertaram a “besta” existente em cada norte-americano desequilibrado.

Com as suas atitudes xenófobas, com a sua retórica incendiária, com a sua política supremacista branca, com o seu apelo à violência que culminou na tomada do Capitólio, Trump, um megalómano populista de fortuna polémica e actos duvidosos, com uma família que não lhe fica atrás na negatividade, desencadeou uma espiral de conflitos até hoje imparável.

Lançou a semente à terra à qual os desequilibrados do país (e são imensos) se agarraram com unhas e dentes no seu desesperado élan de fazerem o mal, de matar em série, de cometerem as piores atrocidades. Cobriu-lhes as costas e deu o exemplo. O péssimo exemplo como todos nós vemos com o que diariamente acontece naquele país.

Do clã republicano, que parece não arranjar outra marioneta à altura dos seus duvidosos desejos e anseios, Trump já se prepara para a segunda investida presidencial.


Por seu lado, os republicanos, subsídio-dependentes das mega empresas fabricantes de armas que subvencionam o partido, tudo fazem para manter em vigor a legislação que permite a venda de armas a qualquer indivíduo com mais de 18 anos, podendo até comprar-se uma sofisticada metralhadora em suaves prestações ou uma letal espingarda automática por menos de 500 dólares.

Por isso, na próxima semana, os republicanos, com Trump à cabeça, vão a 400 quilómetros do local da última chacina, abrir e aplaudir a Convenção Anual dos Fabricantes de Armas, um dos mais poderosos lóbis económicos norte-americanos.

Hipocritamente, deixam matar a esmo e, de seguida, fazem vigílias pelos mortos numa dualidade comportamental indescritível, num país que gerou e apoiou seitas sanguinárias como a tenebrosa Ku klux Klan.

Mas fazem mais, dão conferências de imprensa muito pesarosos, a lamentar aquilo para o qual mais que todos contribuem, com as suas leis e vazio delas, com a sua permissividade, sacanice e jacobice.

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Editorial