O “partido do táxi”…

  Para todos os nossos leitores e colaboradores votos de 2016 melhor que este ido e de má-memória 2015. O próximo Ano traz-nos o alento que decorrerá da saída de Aníbal Cavaco Silva da PR. Que mais não seja, a certeza de que iremos ter só mais dois meses e meio daquele que consideramos o […]

  • 14:50 | Sexta-feira, 01 de Janeiro de 2016
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Para todos os nossos leitores e colaboradores votos de 2016 melhor que este ido e de má-memória 2015.

O próximo Ano traz-nos o alento que decorrerá da saída de Aníbal Cavaco Silva da PR.
Que mais não seja, a certeza de que iremos ter só mais dois meses e meio daquele que consideramos o pior presidente da República portuguesa pós-25 de Abril, já é uma esperança neste horizonte tão toldado.
Outra boa notícia foi a saída de Paulo Portas de presidente do CDS/PP. Gesto por muitos considerado um acto de coragem e dignidade política, por outros tido como um rasteiro acto de cobardia de político em fim de carreira.
Ou no questionar do Compadre Zacarias: “Não são os ratos os primeiros a fugir do navio que afunda?”
O CDS/PP não tem grandes nomes em carteira para a sucessão de Portas. De Nuno Melo, polémico baronete do Norte a Assunção Cristas, a advogada ex-ministra da Agricultura, venha o demo..
A Democracia Cristã em Portugal teve alguns líderes muito carismáticos. Como por exemplo Diogo Freitas do Amaral e Adriano Moreira. Teve também Lucas Pires, Manuel Monteiro e Paulo Portas. Entre eles houve gente de intrínseca e inquestionável seriedade. Outros tempos.
Como todos os partidos, teve resultados eleitorais interessantes e resultados catastróficos, estes últimos em 1987 e 1991. Com 4 e 5 deputados eleitos, respectivamente, que lhe granjearam a alcunha do “partido do táxi”, pois que cabiam todos dentro de um “matateu”…
Em 4 de Outubro de 2015, o CDS/PP coligado com o PSD deu origem à coligação PàF (Portugal à Frente). Obtiveram juntos 38,56% dos votos (na Madeira e nos Açores não concorreram juntos) e elegeram, respectivamente 18 e 89 deputados.
O resto da história ainda está bem presente na memória de todos.
A questão é: Por imposição natural da coligação, as listas tinham que apresentar um número X de candidatos do PSD e do CDS/PP. Por isso, elegeram os 18…
Hoje, perante a catastrófica liderança de Portas, os sucessivos escândalos financeiros, as traições inter-líderes, as “irrevogáveis” e lesivas consequências da sistemática trauliteirice, as nomeações políticas enviesadas, os desastres da SS, a hipocrisia cínica feita cartilha litúrgica, a política hipócrita de sacristão, não teremos muitas dúvidas de que o CDS/PP a concorrer sozinho poderia voltar aos tempos idos do “ single táxi”…
A maior parte da nova geração de políticos do CDS/PP, criados na senda, vassalagem e escola “portista” não auspicia grandes surpresas. Salvaguardam-se as honrosas excepções.
É o arrivismo à solta, desenfreado, a tentar viver da “mama política”.
O CDS/PP não tem um único nome carismático a apresentar. Uma personalidade de fora dos corredores das jotas e quejandos. Alguém com irrefutáveis provas dadas na sociedade civil, com prestígio profissional e académico e consensual reconhecimento inter-pares. E já agora, sem “escândalos em carteira“…
Por isso o que vier, além da esbracejante luta pela sobrevivência política, será o “mais-do-mesmo” que a ninguém surpreenderá.
Entretanto, Portas, com muitas mais vidas que um gato negro, desde os tempos do semanário “O Independente” até hoje, estará talvez de abalada para um rentável lugar de consultor num qualquer consagrado grande grupo internacional.
Também ele “vai andar por aí” e algures haverá uma Misericórdia que o acoite e lhe acuda na travessia do deserto.
Há políticos nascidos para fazer muito mal à Pátria que os viu nascer. Portas será um deles?
 
Caro leitor, são 13H00 desta 6ª feira 1 de Janeiro. Inclemente e roto, do céu caem espessas cordas de chuva. Não será o Dilúvio mas poderá ser o prenúncio de um 2017 incerto e pleno de “Alertas Laranja”.
Não saia a rua e se tiver mesmo que ser, pela sua rica saúde, agasalhe-se, impermeabilize-se e acoite-se.


Tenha um excelente 2016!

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Publicado em Editorial