Aceito

Esta página utiliza cookies para melhorar o desempenho e a sua experiência como utilizador mais informação

Mas que estranho país este

Há uma imoralidade, senão obscenidade, nisto tudo. A engorda de alguns, recorrentemente os mesmos, à custa de um povo sofrido e sugado até ao tutano, a sistemática desresponsabilização dos “mendigos” de ocasião.

Tópico(s) Artigo

    • 22:16 | Quarta-feira, 27 de Maio de 2020
    • Ler em 2 minutos

    Hoje será debatido na Assembleia da República o apoio (ou auxílio financeiro?) às farmácias.

    Ontem foi o auxílio financeiro à TAP, que já foi transportadora aérea portuguesa. Foi longo o seu processo de privatização, firmado pelo governo de Passos Coelho e Paulo Portas em 2015, com a venda de 61% do capital ao consórcio Atlantic Gateway, de Humberto Pedrosa e David Neeleman.

    Machado, Frasquilho, Dourado, Pinho, Trindade e Meneses, são os representantes do Estado português, nomeados em 2017.


    Na semana anterior foi o auxílio financeira ao Novo Banco, capitaneado pelo CEO maravilha, António Ramalho. E assim, retroactivamente, em plurais casos com a banca, os portugueses (os mesmos que passam horas sob um sol impiedoso, de máscara às portas da CGD do milagreiro Macedo) são chamados a dar para mais um peditório.

    Somos um povo generoso e temos contribuído, solidariamente, para todos estes desaires sem culpa e sem rosto de instituições que parece ganharem com os maus resultados e com os avultados prejuízos. Ademais, para que hão de eles ser bons e rigorosos gestores, se sobram sempre prémios de milhões para recompensar a sua indiligência e incompetência, acrescidos de fortes injecções de capital?

    O sector das farmácias quer o quê? Algum dia, essa que foi ou é uma mina de ouro, dividiu os vultuosos lucros, mesmo em meras acções solidárias, em tempos de crise, com os portugueses que passam dificuldades, senão fome?

    Lembremo-nos do negócio de João Cordeiro, o ex-presidente da Associação Nacional das Farmácias e ex-candidato PS à câmara de Cascais, com os nove milhões em máscaras adjudicados, em ajuste directo da DGS à Quilaban (empresa de Cordeiro), dos quais três milhões em máscaras com certificado inválido ou falso?

    Há uma imoralidade, senão obscenidade, nisto tudo. A engorda de alguns, recorrentemente os mesmos, à custa de um povo sofrido e sugado até ao tutano, a sistemática desresponsabilização dos “mendigos” de ocasião, a óbvia e insaciável sofreguidão de “classes” cronicamente sócio-dependentes… mostra um país complacente com certos lóbis, encostados aos poderes de circunstância e serventuário servil dos mesmos de sempre.

    Gosto do artigo
    Palavras-chave
    Publicado por
    Publicado em Editorial