Mas… os viseenses são parvos?

  Vivemos uma era onde a efemeridade é tão vincada pela vertiginosa mutação que o homem anda atarantado e falho de equilíbrio. Até o “stress”, essa moderna disfunção, surge da incapacidade sentida pelo ser humano de acompanhar o seu tempo e a sua evolução, ganhando a angústia da incapacidade… Nunca os tempos foram tão dados […]

  • 20:51 | Sexta-feira, 02 de Janeiro de 2015
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Vivemos uma era onde a efemeridade é tão vincada pela vertiginosa mutação que o homem anda atarantado e falho de equilíbrio. Até o “stress”, essa moderna disfunção, surge da incapacidade sentida pelo ser humano de acompanhar o seu tempo e a sua evolução, ganhando a angústia da incapacidade…
Nunca os tempos foram tão dados à comunicação/partilha de ideias, opiniões, imagens, sensações, credos, ideologias…
O homem distendido à escala planetária e apoiado na maior parafernália tecnológica de sempre, a meio termo entre o virtual e o real, na era da incomunicabilidade, paradoxo do espaço argonáutico em constante cruzamento sideral, é um homem só, nesta solidão acompanhada do irreal presente e cheia de ausentes que anseia em falar, comunicar, tornar comum a sua mensagem com o maior número de parceiros possível.
Por isso, Almeida Henriques – eu não tenho nada contra ele, quero frisá-lo – resolveu também, à sua escala da Betesga, e imitando o primeiro-Ministro e o presidente da República, lançar aos munícipes a sua Mensagem de Ano Novo.
Durante meia dúzia de minutos brinda-nos com os lugares comuns costumeiros e numa labieta em que é pródigo, tenta vender a imagem das suas grandes realizações nestes 15 meses de exercício autárquico.
O pior desta atitude, carente e necessitada de afagos ao ego, é tomar os munícipes por parvos. Sim, porque tirando os anuentes “agamelados”, toda a gente já percebeu que há muito palavreado e nenhuma obra, muita festarola sem retorno e tão efémeras  quanto os tempos de hoje, vertiginosos na sua acelerada mudança.
Acabou 2014 e iniciou 2015 com o que faz de melhor: lançar foguetes coloridos e com muita lágrima para o ar. A habitual dezena de minutos paga a peso de ouro (os pirotécnicos devem idolatrá-lo!), mas desta vez e ao que parece, patrocinados pelo Montepio Geral.
Se a moda das mensagens pega, como a dos baldes de água cabeças abaixo, pelos Reis temos o vereador Guilherme e pela Páscoa o nosso estimado “regedor”.
E se em vez de tantas mensagens e festas fizesse alguma coisinha que se visse?
 

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Publicado em Editorial