Lavar roupa suja para milhões

O pior é que estes desaforos já perderam a sua acutilância -- o que é o mais temível -- e já ninguém se admira do presidente de uma das maiores superpotências mundiais ser chamado de “palhaço”, de “tolo” e de “racista”.

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  • 14:25 | Quarta-feira, 30 de Setembro de 2020
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O debate de ontem, em Cleveland, entre o presidente dos EUA, o conservador Donald Trump e o seu opositor, o democrata Joe Biden, deu uma imagem da América do Tio Sam bastante negativa, comprometedora e constrangedora.

Desde Trump trazer para a liça o filho de Biden, Hunter Biden, as acusações de corrupção e a sua toxicodependência, até Biden chamar Trump de palhaço, tudo serviu de arma de arremesso.

O pior é que estes desaforos já perderam a sua acutilância — o que é o mais temível — e já ninguém se admira do presidente de uma das maiores superpotências mundiais ser chamado de “palhaço”, de “tolo” e de “racista”.


Trump interrompeu Biden em 90% das suas respostas, tentando não o deixar falar e interrompendo-lhe as intervenções, e mesmo Biden acusando “és o pior presidente que a América alguma vez teve”, não desconcertou o conservador Trump.

Podemos dizer que a Democracia Norte Americana caiu na lama. Porém, não se nos afigura verdadeira tal afirmação, pois na lama estrebucharam dois opositores ao supremo cargo da Nação. Este sim, posto em causa. A democracia, na sua magna liberdade de expressão, mostrou-se ainda vigente e consistente.

E se compararmos com outras superpotências, perceber-se-á melhor o alcance desta afirmação, pois se alguém apodasse o presidente de “clown”, ao outro dia estaria a beber cicuta, ou a passar férias perpétuas em Xinjiang…

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Publicado em Editorial