Greenwashing… What???

E não é por acaso que hoje, muitos logos de empresas altamente poluidoras têm gaias cores verdes e estilizados desenhos de bonitas plantas e árvores. É a  mentira do marketing, a vender com cinismo gato por lebre.

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  • 15:19 | Quarta-feira, 07 de Dezembro de 2022
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Este conceito de “greenwashing” surge com a emergência das preocupações ecológicas do mundo actual.

Mas afinal “greenwashing” é o quê? Fenómeno oriundo principalmente das empresas mais poluidoras que, de consciência intranquila e face às pressões públicas e mediática, resolvem investir em argumentos ecológicos para forjar perante o público uma imagem ecoresponsável que, na realidade, não existe ou é manifestamente insuficiente perante as mensagens explicitas a fazer crer o contrário.


É uma apropriação, face às críticas e à acção dos movimentos ecologistas, de uma falsa virtude ambientalista, por recurso a palavras e campanhas de marketing mais centradas nas palavras que nos actos.

Efectiva e lamentavelmente, as grandes multinacionais focadas essencialmente no aumento exponencial dos seus lucros, não olhando a meios para os obter, estão-se “nas tintas” para as consequências ambientais dos seus cúpidos desmandos. Em geral, pois haverá excepções que não serão muitas.

Esta falta de consciência ecológica ou ecoconsciência, acrescida da inoperacionalidade dos governos, reféns dos lóbis económicos, arrasta a grande velocidade o mundo para um abismo já quase intransponível.

As desflorestações e as energias fósseis, responsáveis maiores do aquecimento global, são dois relevantes factores de áreas destruidoras do meio ambiente.

Mas há mais, mascarada de uma cínica hipocrisia, a banca é um deles. Lucie Pinson da ONG Reclaim Finance é taxativa: “No momento em que os bancos supostamente neutros em carbono gastam biliões em novos projectos de energias fósseis é fundamental que clarifiquem os seus actos.” António Guterres, por seu turno, afirma: “Utilizar compromissos falsos perante a neutralidade carbónica para cobrir expansões massivas nas energias fósseis é repreensível.”

E desconfiemos dos sectores onde palavras como “uso sustentável”; “eco”, “origem natural” recobrem todos os produtos à venda, por exemplo, no mundo da moda, e tenhamos presente o escândalo do grupo VW cujos veículos não cumpriam as normas ambientais, o designado “dieselgate” do qual a empresa começou por se desculpar como sendo um defeito de fabrico e que acabou por levar à demissão dos CEOS e ao pagamento de coimas estratosféricas, além dos danos inquantificáveis causados à imagem do grupo.

E não é por acaso que hoje, muitos logos de empresas altamente poluidoras têm gaias cores verdes e estilizados desenhos de bonitas plantas e árvores. É a  mentira do marketing, a vender com cinismo gato por lebre.

(Fotos e imagens DR)

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