Eu já fui votar. E o leitor?

Escrevem nos jornais que Ricardo Salgado votou em Cascais. Escrevo eu, Paulo Neto, que votei em Viseu. Eram 11H12, no antigo Liceu Nacional da urbe, onde fui aluno na década de 70… Tenho o número 18.577, o que a título meramente informativo quer dizer que ali, nas diversas secções de voto, deveriam cumprir o seu […]

  • 12:11 | Domingo, 04 de Outubro de 2015
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Escrevem nos jornais que Ricardo Salgado votou em Cascais.
Escrevo eu, Paulo Neto, que votei em Viseu.
Eram 11H12, no antigo Liceu Nacional da urbe, onde fui aluno na década de 70…
Tenho o número 18.577, o que a título meramente informativo quer dizer que ali, nas diversas secções de voto, deveriam cumprir o seu dever cívico e exercer a sua cidadania aproximadamente 20 mil eleitores.
Os 16º de temperatura exterior e um vento desarrumado a soprar a 24hm/h não impediram que houvesse muita gente. O que é um motivo de satisfação… ver jovens, menos jovens e idosos a cumprir o mais alto direito alcançado: a liberdade de votar.
O dia não está convidativo senão para ficar em casa a ler, escrever, ouvir música ou ver um filme. E logo, pelas 20H00, decerto haverá quem o invoque. “As condições climatéricas foram adversas.”; “A meteorologia convidou à abstenção.”; “Se não chovesse o resultado teria sido outro!”, “ Se nevasse praticava-se cá ski…”, e etc…
Tretas. Habituei-me desde que a democracia foi instaurada em Portugal a exercer, obrigatoriamente, o meu DEVER de votar. Nunca faltei, nestes anos todos. Muitos lutaram duramente por isso. E nada nem ninguém deve ser pretexto para não o fazer. Até podemos votar em branco como forma de protesto contra uma classe política maioritariamente composta de gentinha mais-que-medíocre e exarar assim o protesto… mas votar.
Não aceito a abstenção senão por um motivo de força maior. Talvez por isso e para obviar a tal, sou um adepto fervoroso do voto electrónico, à distância e/ou presencialmente, salvaguardando a inciência e exigível sensibilização de algumas faixas da população. Assim, muitos dos pretextos desapareceriam.
Hoje que temos milhões de emigrantes pelo mundo fora, e centos de milhares deles jovens recém-partidos, facilmente se entende que lá longe, por vezes a muitos quilómetros de um posto consular ou embaixada, tudo possa ser elemento que constranja ao acto, quando todos eles têm um computador em casa ou à mão de semear que permitiria fazê-lo
Estas eleições e outras que custam milhões de euros ao erário público, há muito justificariam um investimento tecnológico vultuoso e definitivo para obviar a esta injusta discriminação. Mas há quem não se esforce e até receie a expressão desse voto…
Ergui-me bem-disposto – até e porque na véspera me recusei a ouvir a mensagem de Cavaco Silva – tomei as minhas três chávenas de café caseiro, frio e adoçado com mel de Mangualde, niquei a côdea de boroa, fui votar. Estou satisfeito!
Qualquer que seja o resultado das eleições, eu cumpri o meu dever cívico e ganhei o direito pleno à expressão da minha opinião e/ou crítica à praxis política do partido eleito, rosa, laranja, vermelho, verde…

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