Ana Abrunhosa a 15 dias de se demitir… ou de cumprir

Além de cidadã detém o superior estatuto de ministra da República, que é função muito séria. Também ninguém ignora que um ministro deve ser mais coerente, procedente e sábio que o Ti Faneca dos Anzóis ou a Ti Virgínia do Coval.

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  • 11:12 | Terça-feira, 15 de Setembro de 2020
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A ministra da Coesão Territorial é certamente uma cidadã de palavra.

Além de cidadã detém o superior estatuto de ministra da República, que é função muito séria. Também ninguém ignora que um(a) ministro(a) deve ser mais coerente, procedente e sábio que o Ti Faneca dos Anzóis ou a Ti Virgínia do Coval. Ademais, Ana Abrunhosa é governante com muita experiência, pois até já foi presidente da CCDR-c, lugar que deixou à sua amiga Isabel Damasceno, do PSD, presidente da CM de Leiria de 1998 a 2009, de quem nem todos os leirienses guardam boa memória. Mas isto é outra conversa…

A meio do mês de Maio deste ano, Ana Abrunhosa, questionada no parlamento pelo deputado Carlos Peixoto do PSD acerca dos descontos nas portagens (antigas SCUTS), afirmava assertiva e peremptória, sem deixar quaisquer margens a dúvidas “Nas portagens, temos o dossier pronto para enviar para as Finanças. E digo-lhe, Sr. deputado, esta ministra vai conseguir aquilo o que prometeu. Senão, deixo de ser ministra, tendo mais tarde durante a audição reiterado que o calendário previsto “vai ser cumprido“, rematando “Temos todo o trabalho que a lei exige feito, isso demorou meses – é uma coisa muito pesada administrativamente -, mas esta semana irá para as Finanças. E, portanto, mantemos o calendário de aplicar a redução  durante o terceiro trimestre“.


Aliás, já em Janeiro deste ano, a ministra da Coesão Territorial trazia o assunto à baila, inserido no programa “Trabalhar no Interior”, assegurando que as portagens seriam reduzidas para dar resposta a uma reivindicação antiga das populações.

No Programa do Governo, deixámos clara a nossa intenção de aliviar os custos para aqueles que vivem e trabalham nestes territórios. Já criámos um grupo de trabalho que está a estudar, actualmente, vários cenários para uma redução gradual de portagens” com o objectivo de propiciar  “um regime mais simples e claro para os cidadãos, com menores custos para os que visitam e habitam no Interior” e “uma maior utilização de infra-estruturas já construídas”, bem como a “redução da sinistralidade rodoviária”.

Claro está que palavra de ministro(a) é “sagrada”. Daí os utentes terem ficado felicíssimos com esta garantida promessa e muito terem louvado um governo que, ao contrário de muitos outros, tanto se preocupa com os portugueses e, neste caso, com os mais desfavorecidos da Fortuna, os do Interior de Portugal.

Ana Abrunhosa, desde os longínquos tempos de autarca na Mêda, política de reconhecido mérito e carácter, irá cumprir e, no final deste mês, todos os automobilistas utentes das antigas SCUTS ficarão agradavelmente surpreendidos quando passarem a pagar metade ou dois terços dos montantes diariamente esportulados nas portagens.

A não ser assim, pela credibilidade que lhe reconhecemos, só tem uma alternativa “Não consegui, deixo de ser ministra!”

 

(Foto DR)

 

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Publicado em Editorial