A era do “TrumPen”

      O principal beneficiário político das actividades terroristas do fundamentalismo islâmico é o movimento global “TrumPen”, representativo do autoritarismo, da autocracia, do populismo e da extrema-direita internacional. Até que ponto será abusivo iladir que estes usufrutuários são os seus clandestinos e anónimos mentores? Ontem publiquei este post no Facebook. Ignoro se é legítimo […]

  • 11:02 | Segunda-feira, 06 de Fevereiro de 2017
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O principal beneficiário político das actividades terroristas do fundamentalismo islâmico é o movimento global “TrumPen”, representativo do autoritarismo, da autocracia, do populismo e da extrema-direita internacional.
Até que ponto será abusivo iladir que estes usufrutuários são os seus clandestinos e anónimos mentores?
Ontem publiquei este post no Facebook. Ignoro se é legítimo conjecturar o que lá digo. Mas também, numa época de ilegitimidades crónicas, constantes e crescentes, que atire a primeira pedra o imaculado.
Desde Erdogan, o Turco, ao czar Putin, à histriónica Marine le Pen, ao histérico Nigel Farage do UKIP, ao psicótico Trump, sem falar de uns “tolinhos” sul-americanos e etc. e tal, a onda que eu designo genericamente de “TrumPen” foi e poderá vir a ser eleita e criada com fundamento num discurso de ódio, violência, exclusão, expulsão e explosão.
Tantas vantagens e fundamentos encontraram nos actos terroristas e bárbaros dos fundamentalistas islâmicos que, não sendo apologista de cabalas, não me repugna pensar – e tenho essa legitimidade de o conjecturar – que esta gente, para vir à boca da cena e à ribalta do poder, poderia muito bem estar “enviesadamente” por detrás deste surto brutal e repentino do terror, do pânico, da insegurança, esteios que lhes serviram para implementar o seu discurso político xenófabo, misógino, autacrata e psicótico.
Ainda ontem Trump afirmava em declarações públicas “respeito Vladimir Putin embora reconheça que ele é um assassino.”
Não há palavras lógicas para analisar o absurdo desta asserção…
A onda crescente de violência e de atentados na Europa e nos EUA, afinal, para alguns trazem muitas vantagens. Talvez tenha sido mesmo a única grua que os inçou ao poder, uma vez instalada na população mais generalizadamente acrítica e acéfala a instabilidade do medo.
Houellebecq, um escritor da órbita política de le Pen, retratou com cinismo premonitório o futuro próximo da França no livro “Submissão”. Ajudou a aterrorizar mais umas centenas de milhares. E é aqui que entra como uma luva a retórica populista dos salvadores do “povo frágil”.
A Grande Muralha da China, começada a construir em 220 a.C., durou dois milénios a concluir-se, nos seus 21.196 quilómetros. Era então meramente defensiva e hoje uma atracção turística. O muro de Berlim, construído por Adolf Hitler, não foi defensivo, antes ofensivo e exclusivo. Um monumento à crueldade. Os muros Turcos, como os muros Sauditas, são cópias pardas destas monstruosidades. O muro de Trump é um misto deles todos. Mais grave e ofensivo, por ser a pior e mais despótica expressão dos EUA no século XXI e a negação de todos os direitos humanos tão duramente conquistados.

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